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Sem maquiagem

Naturalmente bela, Costa Rica exibe todo o esplendor de seus vulcões, florestas e cachoeiras. Com a consciência de que preservar é preciso

Por Bruna Tiussu e FORTUNA
Atualização:

O principal.

Com 1.633 metros, Arenal se destaca na paisagem

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Para conseguir admirar o Arenal como se deve é preciso ter as nuvens como aliadas. São elas que decidem o momento de se afastar ou não do topo, a 1.633 metros de altura, dando a chance de os turistas ficarem boquiabertos diante do espetáculo que é ver o principal vulcão ativo da Costa Rica por inteiro. O Arenal domina o horizonte no parque nacional que o abriga, a 120 quilômetros da capital, San José. E será uma das imagens mais marcantes de sua viagem ao país.

 

Acompanhadas de muita fumaça, a uma temperatura média de 600 graus, pedras e mais pedras são expelidas e rolam montanha abaixo, deixando longas cicatrizes nas paredes do vulcão. Vistos de longe, esses blocos de material vulcânico solidificado parecem pequeninos pontos deslizando. Só que cada um tem o tamanho aproximado de um carro - para alívio dos moradores e dos visitantes, eles dificilmente passam da região em volta da base do Arenal.  

Quando a noite chega, o fenômeno natural ganha ares de magia. É como se você testemunhasse estrelas vermelhas dançando no céu.

 

O período mais indicado para observar o vulcão por inteiro é na estação seca, de novembro a março, logo pela manhã. Mas não há nada que impeça você de vê-lo da base ao topo - sorte que eu tive - pouco antes do pôr do sol, em um dia ensolarado de maio, já na chamada época das chuvas. Tudo depende do capricho das nuvens.

 

Domínio verde. Ir à Costa Rica e não conseguir conferir todo o Arenal não é sinônimo de viagem perdida. No próprio parque nacional, atrações não faltam. Trilhas de vários níveis levam a cachoeiras, há piscinas de águas termais (aquecidas naturalmente pelo vulcão) e passeios pelo Cerro Chato, de 2.813 metros de altura. Nas demais áreas, mais aventura e experiências inesquecíveis explorando outros vulcões - são cerca de 200 -, lagos, cascatas e montanhas que se espalham pela enorme área preservada do país.

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O adjetivo não é exagero. A dimensão total da Costa Rica não impressiona quem vem do Brasil - o território se assemelha ao do Rio Grande do Norte. Mas o país tem 38% de sua área coberta por bosques e florestas - 26% estão protegidos definitivamente em parques nacionais. Com tanto cuidado com a natureza, é compreensível que a Costa Rica reúna 5% da biodiversidade do planeta, porcentual alto, se considerarmos seu exíguo tamanho.

O ecoturismo vem se desenvolvendo rapidamente e acaba sendo um incentivo extra para manter intactas praias, cachoeiras e florestas. "Costa Rica: Sin Ingredientes Artificiales" foi o lema escolhido pelo país para se promover no mercado externo. Internamente, governo, operadoras e hotéis iniciaram trabalho conjunto para desenvolver as áreas que mais combinam com o espírito costa-riquenho: turismo de aventura, rural e comunitário, adotando, sempre, práticas sustentáveis.

 

Atitude consciente. Atrás do balcão de check-in de 85% dos hotéis do país, o visitante verá o mesmo quadrinho verde pendurado na parede. Ele pode ter de uma a cinco folhas desenhadas, indicando o nível de sustentabilidade do local. Essa classificação é resultado do Programa de Certificação Turística de Sustentabilidade criado pelo governo, que faz a atualização anualmente, avaliando a maioria dos hotéis e das operadoras de viagens.

Mas na Costa Rica não basta reciclar o lixo e economizar água para ganhar sua primeira folhinha. O projeto só considera ecologicamente correto o estabelecimento que utiliza de forma adequada todo e qualquer recurso natural e cultural. Assim, 80% das opções de hospedagem são de pequeno porte (até 20 quartos), com baixo impacto na paisagem. E elas não podem ficar concentradas numa região, por determinação governamental. Os hotéis e as pousadas ainda precisam adotar práticas como utilizar energia renovável e água de reúso. Muitas também optam por produtos biodegradáveis.

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Outro ponto avaliado é a contribuição na melhoria da qualidade de vida da comunidade do entorno. Na ausência de uma horta própria, donos das hospedagens compram itens agrícolas somente de produtores regionais. Turistas atentos conseguem perceber como é comum empregados de um hotel serem da mesma família ou vizinhos, que passam por treinamento no próprio estabelecimento. Funcionários estrangeiros são raros mesmo nos resorts de luxo.

Já sobre aquele guia que acompanha o grupo nas atividades de aventura, não tenha dúvida. Ele é literalmente local - nasceu e foi criado naquela terra que hoje apresenta aos visitantes.

 

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O QUE LEVARProtetor SolarVocê sentirá a intensidade extra do sol ali perto da linha do Equador. Garanta o bem-estar da sua pele com, no mínimo, fator 30Tênis confortáveisCaminhadas, trilhas e sobe e desce para ver vulcões inevitavelmente vão compor sua rotina. Tênis esportivos e com amortecedores vão aliviar os desafiosRepelenteMantenha-o sempre na bolsa. Insetos triviais e outros um tanto estranhos poderão incomodá-lo durante toda e qualquer atividade

 

 

O QUE TRAZERCafé nacional Mais fraco que o brasileiro, é item obrigatório pela manhã e no café da tarde, sempre em canecas grandes. Quem simpatizar com o sabor pode encontrar pacotinhos em lojas e nos hotéisArtesanato Os de madeira ou cerâmica são os souvenirs mais tradicionais. Também há belas redes feitas à mão, em cores fortes

 

 

 

SAIBA MAISVacina: turistas do Brasil devem tomar vacina contra febre amarela - no mínimo dez dias antes do embarqueMoeda: a oficial é o colón costa-riquenho (US$ 1 = 510 colóns), mas a maioria dos estabelecimentos turísticos aceita dólarTerreno: explorar o país de carro é o ideal, mas com estradinhas sinuosas e de mão dupla, as viagens ficam mais longas que o estimadoPacotes: confira em blogs.estadao.com.br/viagem

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