Sobre o idioma de Shakespeare

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Por Redação
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Nosso imitado viajante inglês recebeu enorme solidariedade por parte dos leitores, que se indignaram com o uso indevido de sua imagem. Faltou, porém, um pedido de desculpas dos responsáveis pelo plágio. "Shame on them!", reclamou mr. Miles, que ainda aguarda uma manifestação. Seja no endereço eletrônico estampado na coluna ou na fan page facebook.com/milesestadao. A seguir, a pergunta da semana:Prezado mr. Miles: inteligente, útil e bem-humorada a resposta que V. Sa. deu a Antony em 2 de julho (na coluna O cover de mr. Miles) e a charge - você e seu cover - embelezaram-na. Apesar de estar em idade provecta, ignoro muita coisa. O tempo passou rapidamente! Só agora faço um curso básico de inglês. Ainda estou preso ao good morning e ao the book is on the table; mantenho-me, contudo, animado. Quando sair da fase do to be or not to be e não mais falar como um cabbage's Joseph (Zé das Couves), pretendo estagiar em outro país. Conhece um bom lugar para isso? A vida está tão cara!  Pertenço à sofredora classe média. Devo preferir Shakespeare ao Tio Sam? Ou este àquele? Gildo V. Muchiuti, por e-mail"Well, my friend, seu simpático e-mail me faz supor que estou diante de um leitor sagaz e bem humorado. Permita-me primeiro dizer-lhe que há muito não sei bem o que é a classe média no Brasil e em muitos outros países. Pelo que entendo, encontram-se nesse patamar desde cidadãos cujas modestas contas mal fecham ao final do mês até pessoas que trocam de carro a cada ano e de celular a cada mês. Espero, honestly, que o prezado leitor esteja mais perto do limite superior desse espectro se, in fact, deseja aprimorar seu inglês estagiando no exterior.Permita-me informar, by the way, que o idioma da dinastia de Windsor é utilizado, de fato, em dez países, 22 enclaves e territórios ultramarinos (desde Hong Kong até as Ilhas Falkland) e também é idioma de jure - pela lei - em outros 43 países, que, of course, também praticam outras línguas.As you see, dear Gildo, são muito amplas as suas possibilidades de conviver com povos anglófonos. Você pode fazê-lo em lugares muito baratos - e perigosos -, como o Sudão do Sul (o mais novo país do mundo, na África), em endereços idílicos como as ilhas Granadinas, no Caribe, em países densamente povoados como a Índia, ilhas mediterrâneas como Malta ou, of course, em paragens mais tradicionais como a Grã-Bretanha, os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia. São quase 400 milhões de seres que praticam o idioma de meu saudoso amigo James (N. da R.: James Joyce, escritor irlandês) e você será muito bem-vindo ao nosso clube. Há, however, outras informações que não posso deixar de lhe fornecer: o inglês é apenas a terceira língua mais falada do planeta, atrás do mandarim e do espanhol, o que significa que as duas primeiras podem lhe ser mais úteis…E, well, não posso evitar, tampouco, a lembrança de que esse idioma anglo-saxão surgiu em território inglês, de modo que, se você quiser aprendê-lo sem erros de inflexão ou corruptelas, não há lugar mais adequado do que o reino de minha querida Elizabeth II, de onde, por mera coincidência, também me origino. Sou obrigado a reconhecer, however, que nossas libras valem mais do que os dólares usados em outros países. É provável, therefore, que você encontre professores mais baratos em outras plagas. De qualquer maneira, my friend, faça uma extensa pesquisa. E, se você optar por nossas ilhas, quem sabe nós possamos, dois homens de idade provecta que somos, tomar uma chávena de chá (com um pouco de scotch, no meu caso)."MR. MILLES É O HOMEM MAIS VIAJADO DO MUNDO. ELE ESTEVE EM 183 PAÍSES E 16 TERRITÓRIOS ULTRAMARINOS

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