Temporada de cruzeiros terá nove navios, dólar congelado e muitas promoções

Minicruzeiros são as estrelas: 54% dos 210 roteiros têm até cinco noites

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Por Nathalia Molina
3 min de leitura
MSC Splendida, um dos estreantes da temporada na costa brasileira Foto: Divulgação

Em tempo de crise econômica e alta do dólar, os minicruzeiros são uma opção para quem não quer deixar de viajar. Mais da metade dos 210 roteiros da temporada de cruzeiros 2015/2016 no Brasil tem duração de três a cinco noites. As viagens curtas respondem por 54% das saídas – no verão anterior, foram 47,28%. 

“É mais fácil, mais barato”, explica o presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Abremar), Marco Ferraz. Ele também lembra que esse tipo de roteiro funciona como um contato inicial de viajantes com navios. No Brasil, de acordo com Ferraz, 62% dos cruzeiristas são de primeira viagem.

Junto com os minicruzeiros, as viagens pela Bacia do Prata seguem como forte tendência, já vista nas outras temporadas. Uma novidade é a rota de 14 noites, lançada pela Royal Caribbean, que inclui, além dos usuais Argentina e Uruguai, portos do Chile. O roteiro será feito a bordo de um dos dois navios inéditos no próximo verão: a Royal Caribbean trocou o Splendour, após nove anos no litoral brasileiro, pelo Rhapsody of the Seas, maior e mais novo.

O outro estreante é da MSC Cruzeiros. Irmão do Preziosa, o gigante MSC Splendida tem a maior capacidade da temporada. Transporta até 4.363 passageiros.A armadora tem 54% da oferta no próximo verão, com quatro dos nove navios para embarque no Brasil, e uma quinta embarcação, MSC Poesia, voltada para os nossos vizinhos sul-americanos, com partidas exclusivamente de Buenos Aires. Por critérios de cabotagem, a Clia Abremar conta um total de dez transatlânticos na temporada brasileira. Os parâmetros consideram aspectos como se o navio tem o mínimo de 25% de tripulantes brasileiros.

Completam a lista: dois navios da Costa, Pacifica e Fascinosa; outros três da MSC, Armonia, Magnifica e Lirica; e mais uma dupla da Pullmantur, Empress e Sovereign. O Empress, aliás, abre e fecha a temporada, que vai de 5 de novembro a 1.º de maio de 2016.

Em cinco anos, o total de navios no Brasil caiu pela metade. Desde o verão 2010/2011, quando 20 transatlânticos vieram, o número diminui ano a ano. “O brasileiro compra viagens de navio. Não é falta de demanda”, afirma o presidente da Clia Abremar. “Os problemas são os custos (alta carga de impostos), a falta de infraestrutura (não só dos portos, mas das cidades) e a demora em criar novos destinos.”

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Mesmo com as embarcações se mantendo em dez, igual à temporada passada, cai o número de leitos. Serão em torno de 600 mil, 40 mil a menos do que no verão passado. O total de roteiros encolheu de 239 para 210.

Promoções. A alta do dólar e a crise reduziram as vendas. As companhias apostam na arrancada do segundo semestre, quando muitos viajantes planejam as férias, e em promoções para atrair passageiros. “As dificuldades estão em todo negócio. Temos de buscar soluções”, diz o vice-presidente da Royal Caribbean para a América Latina, Ricardo Amaral. A companhia lança hoje uma promoção com terceiro e quarto passageiros grátis (válida até 30 de setembro).

Outra facilidade é que os viajantes da Royal e da Pullmantur podem parcelar no cartão de crédito as despesas a bordo (convertidas em real, sem IOF). Na compra de itinerários, a Pullmantur oferece parcelamento de até 12 vezes sem juros. Também até o fim deste mês, a Costa mantém uma campanha de descontos, que podem chegar a R$ 1.100, dependendo do roteiro – válido para saídas de dezembro a fevereiro; é necessário consultar uma agência de viagem.

A MSC decidiu congelar o dólar a R$ 2,99, na compra de viagens. “Entendemos que as economias estão sujeitas a ondas cíclicas, na economia. A solução é ser criativo”, diz o diretor de Marketing e Comercial da MSC Cruzeiros no Brasil, Adrian Ursilli, que conta que a empresa sentiu aumento na compra antecipada de serviços a bordo. “O cliente pode garantir bebidas, excursões e até o show de tango em Buenos Aires antes de embarcar. Pode montar a viagem e garantir férias completas pagando em real e parcelado.” 

Os preços dos cruzeiros são o valor mais em conta por pessoa, em cabine dupla. Todos dão direito a refeições – alguns restaurantes exigem pagamento à parte. Para as bebidas, as companhias oferecem pacotes opcionais com diversas formatações.

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