Turistas engaiolados no mergulho com tubarões-brancos

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Por Cenário: Mônica Nobrega
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Com todo o respeito à pinta de fera dos tubarões-brancos, difícil mesmo é suportar a água gelada e o balanço do barco. Um balanço normal, nada exagerado, mas sempre suficiente para quem enjoa fácil. Passei parte do passeio fora de combate.O caso é que nunca desisto porque um, adoro passeios de barco, e dois, nunca tinha nadado com tubarões. Observado de perto sim, com os bichos presos atrás de um vidro. No mergulho em Hermanus, quem estaria presa em uma gaiola com outros sete turistas seria eu, diante dos animais soltos em seu hábitat. Antes de embarcar no catamarã Slashfin, da Marine Dynamics (sharkwatchsa.com; 1.400 rands ou R$ 297), tem palestra. Aprendemos sobre tubarões-brancos: estão entre os top predadores do planeta; têm cerca de 300 dentes dispostos como serrote na boca; comem peixes, leões marinhos, golfinhos; e turistas, felizmente, quase nunca fazem parte do cardápio, porque somos grandes, ossudos e musculosos demais se comparados a um tenro filhote de foca. Aula completa, todos recebemos impermeáveis e embarcamos. O Slashfin para a cerca de 2 quilômetros da costa. A tripulação coloca a gaiola dentro d'água. E começam as sessões de mergulho. Os turistas esperam pela ordem de afundar a cabeça. A observação é feita sem snorkel, em apneia. O guia grita, você afunda, olha o tubarão nos olhos e fica ali enquanto tiver fôlego. A brincadeira se repete por 10 minutos, tempo suficiente para os lábios arroxearem de frio. As melhores fotos são feitas não na sua vez, mas na dos outros, quando basta subir ao deque superior do catamarã para ter bons ângulos dos predadores. Dependendo do número de turistas a bordo - são 30, no máximo - há tempo para que os mais aficionados por adrenalina façam um segundo mergulho. Eu me dei por satisfeita com o primeiro e corri para vestir roupas quentes tão logo saí da água. Estava ótimo para mim: fomos visitados por sete tubarões-brancos naquela manhã. Em dias excepcionais, disseram os guias, são 12.

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