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Voluntários em uma vila como antigamente

Por Roberto Lameirinhas/ RIBE
Atualização:

Copenhague e Oslo serão sempre paradas indispensáveis. Mas é no interior da Dinamarca e da Noruega que o espírito viking está mais presente e permeia algumas das mais exuberantes paisagens da Europa.Um passeio pelos dois países desfaz uma série de mitos sobre os vikings. A chamada "era viking" existiu num período de tempo breve em termos históricos, que não chegou a 200 anos entre os séculos 9º e 11. Os vikings nunca usaram elmos com chifres - pelo menos nenhum exemplar foi descoberto entre as relíquias encontradas pelas escavações dos arqueólogos. E as tribos de exploradores que ficaram conhecidas como vikings eram formadas por comerciantes e guerreiros, mas não assassinos cruéis e selvagens.Muitos desses mitos acabaram perpetuados pelas óperas de Richard Wagner em meados do século 19. A figura vinculada à barbárie também foi alimentada ao longo da história pela Igreja Católica, que enfrentou, armada, as tribos pagãs nórdicas com o objetivo de catequizá-las.Centro cultural. Na Dinamarca, o local mais adequado para se conhecer os hábitos dessa cultura é o Viking Center, na cidade de Ribe, a mais antiga do país, fundada há 1.300 anos.O centro está instalado em área similar à de uma grande fazenda, onde mais de uma centena de empregados fixos e cerca de 900 voluntários vivem exatamente como os vikings faziam no passado. Sob os olhares dos turistas, eles cuidam do gado, preparam comida, malham o ferro com foles e fornalhas, treinam arco e flecha, promovem encontros rituais, tocam instrumentos antigos e fazem tudo o que os habitantes dessas tribos faziam, abrindo mão de qualquer item moderno, como eletricidade ou máquinas sofisticadas."Eu sou verdadeiramente uma viking e, quando estou aqui, me sinto em casa", diz a islandesa Gudrun Gotved. "Posso ser eu mesma". Voluntária no centro, onde deve passar seis meses, ela assume o papel de uma espécie de sacerdotisa pagã. Cada voluntário ganha o equivalente a 15 a título de ajuda de custo. São, na maioria, estudantes estrangeiros.O centro promove sessões de simulações de combates entre vikings e cristãos, nas quais os sons das espadas e das lanças batendo contra os escudos dão mais realismo à encenação. Os vencedores das batalhas não são os mesmos em todas as sessões. Dependendo da performance dos combatentes, o triunfo pende ora para um lado, ora para outro.

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