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Lugares, culturas e comportamento mundo afora

Há algo de maravilhoso no reino da Dinamarca

Por amandanoventa
Atualização:
 Foto: Amanda Noventa

Ao chegar em Copenhagen eu, que acredito na diversidade de culturas e países, não resisti a pensar: isso aqui é o que todo mundo deveria ser, é como todo país deveria viver.

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Cheguei num sábado e havia um movimento nas ruas fora do normal. Muitas bikes, cafés lotados, bares, pessoas sentadas em frente aos seus prédios antigos tomando uma cerveja, um vinho, um café.... Pensei: é sábado. Mas a cena se repetiu pelo resto da semana, como se as pessoas estivessem em festa.

Era uma semana ensolarada, o que ajuda num país de longo inverno. Mas nós no Brasil bem sabemos que verão por si só não traz felicidade.

Copenhagen já foi eleita a melhor cidade para se viver e os dinamarqueses, eleitos os mais felizes do mundo. Uma coisa leva a outra.

A cidade é pensada para ser usada. Tem sempre alguém tomando sol em uma ponte, lendo um livro na grama, mergulhando em algum canal, fazendo piquenique num jardim ou apenas sentado do lado de fora de casa. É como se a cidade fosse um grande parque. O design e arquitetura moderna se misturam ao cenário antigo convidando as pessoas a usarem os espaços. Na praia, por exemplo, foi construído um píer que a ponta tem uma forma arredondada de caracol com paredes que bloqueiam o vento para que as pessoas possam mergulhar mesmo quando está frio. Já nos canais, foram construídos trampolins e decks modernos para tomar sol. As praças e parques modernos possuem uma espécie de chão emborrachado para que ninguém se machuque. E eu poderia ficar aqui citando dezenas de outras construções pensadas para integrar as pessoas à cidade.

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Ser uma cidade que valoriza a mobilidade urbana facilita. É a cidade número um em bikes do mundo. Tem até regras de trânsito e todo mundo respeita. Você vê homens de terno na bike; mulheres de salto e vestido na bike. E no inverno isso não muda - o dinamarquês já pegou o jeito de pilotar as duas rodas na neve. Aliás, você já deve ter ouvido a história de que a princesa da Dinamarca leva seus filhos para a escola de bicicleta.

 Foto: Estadão

Falando em filhos, fica fácil ter um no país. A licença maternidade é de um ano para pai e mãe e ainda existe um subsídio do governo que cobre 75% da educação e saúde infantil. Na escola não existe açúcar para as crianças. Os produtos no país são quase todos orgânicos (cachorro quente, sorvete, legumes, vegetais). E as mulheres têm filhos no mesmo hospital que a tal princesa. Todo mundo é igual.

Tão igual que fica feio se aparecer. Não faz parte da cultura querer ter mais do que os outros, se achar melhor, ostentar ou consumir exageradamente. Me parece que as pessoas na Dinamarca aprenderam mesmo foi dar valor às pequenas coisas da vida. Existe até uma palavra para isso que só existe lá - "hygge" (fala-se "ruga"). Hygge é você ficar aconchegante na frente de uma lareira, tomar uma taça de vinho, reunir a família, fazer um jantar em casa, brincar com o seu cachorro, acender velas, ler um livro... Sentiu a felicidade daí?

Não moramos na Dinamarca e nem temos a infra que eles têm. Mas dessa viagem voltei pensando: já que é assim, como eu posso trazer a Dinamarca para dentro da minha vida? Vou começar como eles, pelas pequenas coisas.

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