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Parque Olímpico de Montreal: o que ver na torre e no estádio

Me encontrei com Nadia Comaneci no Parque Olímpico de Montreal. Conto aqui essa história e mostro o que ver na visita à torre

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Foto do author Nathalia Molina
Por Nathalia Molina
Atualização:

Eu tinha nove anos quando assisti à Olimpíada de Moscou na cama dos meus pais, na época instalada na sala graças a uma reforma na casa. Para muita gente, os Jogos de 1980 trazem à memória o ursinho Misha e sua imagem no mosaico de placas nas arquibancadas russas, uma inovação e tanto em tempos pré-tecnologia de ponta. Para mim, além da fofura do mascote e da divertida condição de estar sobre uma cama no meio da sala, me vem a desenvoltura de uma pequena notável: Nadia Comaneci. Me encontrei com ela e com essa lembrança no Parque Olímpico de Montreal. Conto aqui essa história e o que você pode ver na visita à torre e ao estádio.

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A ginasta romena já era sensação mundial, por causa da nota 10 histórica que havia alcançado na Olimpíada anterior, em 1976, na canadense Montreal. Eu não tinha consciência de nada disso, mas adorava quando a TV mostrava as execuções de Nadia. Era lindo de ver e, como não estávamos em tempos de canal a cabo, era minha chance de assistir à ginástica -- no resto dos Jogos, a televisão passava competições provavelmente de maior audiência.

Quase 35 anos depois tive meu encontro com Nadia e me lembrei disso tudo vivamente. Em Montréal, no alto da Torre Olímpica, minha irmã, Carla, registrou esse momento na foto.

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Nadia e eu - Fotos: Nathalia Molina (exceto esta, tirada pela Carla) Foto: Estadão

Na minha lembrança de infância, Nadia é mesmo aquela pequena de collant que, em branco e preto, ilustra a parede do andar de observação da mais alta torre inclinada do mundo, com 165 metros de altura, a um ângulo de 45 graus.

Neste ano, a Parc Olympique, que administra o Parque Olímpico, comemora os 40 anos dos Jogos de Montreal. Para marcar a efeméride, montou uma exposição em cartaz até 31 de outubro. Souvenirs de 1976 apresenta fotografias, vídeos, roupas dos esportistas da época e fatos -- destaque para romena Nadia e aquela sua apresentação perfeita nas barras assimétricas. O logo da exposição é representado por uma menina que remete à ginasta, de roupa branca com listras nas cores da Romênia e braço esticado no ângulo semelhante à torre.

A 165 metros, um ângulo de 45 graus Foto: Estadão

Quem apresentar um passe de transporte válido compra a entrada com 30% de desconto. O ingresso inclui um tour guiado ao estádio.

Ou pode preferir o bilhete que dá direito à visita à torre e ao Musée Dufresne-Nincheri, em outra parte da cidade, onde a arquitetura do Parque Olímpico é foco da exposição Le Parc Olympique, une Architecture à Célébrer. O visitante conhece da ideia original à construção das instalações. Segue em cartaz até 8 de janeiro de 2017.

Falando em arquitetura, no Parque Olímpico, a quarentona torre ganha uma repaginada como presente de aniversário. Gruas já são vistas do lado de fora, na reforma do revestimento.

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O que fazer no Parque Olímpico

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No Brasil, estivemos até o mês passado em clima de Jogos, com a Rio 2016. O que será do legado olímpico para a minha cidade ninguém sabe ao certo, quanto às instalações. Já podemos garantir para a conta um centro revitalizado, com a nova Praça Mauá.

Em Montreal, a Olimpíada também causou polêmica pelo alto investimento financeiro feito no evento. Uma leitura interessante para conhecer cada instalação usada em 1976 e seu uso atual é essa reportagem do jornal Montréal Gazette. Mas, se você quer saber o que dá para ver na sua visita ao Parque Olímpico, eu conto aqui.

A subida à torre, apesar dos 45 graus de inclinação, é leve porque a posição do funicular em relação ao plano inclinado mantém a sensação do chão reto. No alto dos 165 metros, o andar de observação oferece um panorama do horizonte a até 80 quilômetros de distância em dias de céu limpo.

Fotos mostram a localização de bairros e prédios da cidade. O centro financeiro e seus altos edifícios ficam ao fundo da esplanada que se vê abaixo da torre. Além das fotos de atletas durante a Olimpíada, há explicações em francês e em inglês sobre o logotipo dos Jogos e sobre Amik, o castor-mascote da Montreal 1976. Minha irmã e eu tiramos uma foto juntas com o símbolo da Olimpíada ao fundo e compartilhamos de lá direto no facebook.

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Ao lado da torre, a Esplanade Financière Sun Life fica agitada em tempos de calor. Entre maio e outubro, a toda primeira sexta do mês, rola na esplanada o evento Premiers Vendredis, das 16 às 23 horas. É a maior reunião de food trucks do Canadá (cerca de 50 caminhões de diferentes tipos de comida participam desta edição), com bandas e DJs. Amanhã ocorre o último encontro deste ano. Mas outubro segue animado na esplanada pela Oktoberfest aux Jardineries. O evento com música e cervejas artesanais da província de Quebec é realizado ali às sextas e aos sábados, das 17 às 23 horas, até o dia 28.

Durante o inverno, a esplanada ganha uma pista de patinação no gelo e vila na neve do Parque Olímpico de Montreal.

A esplanada, com o centro financeiro no horizonte Foto: Estadão

No Estádio Olímpico, são disputadas muitas competições. Em 2015, Marta e companhia venceram a Espanha, com um gol de Andressa no fim do primeiro tempo, na Copa do Mundo do Canadá, a 7ª edição da competição de futebol feminino. Com a vitória, o Brasil avançou para as oitavas-de-final. Não ficamos com o título, no entanto, que foi novamente para os Estados Unidos. Eu estive no estádio um ano antes, num dos jogos da Copa do Mundo de Futebol Feminino Sub-20, que você vê na foto.

Partida da Copa do Mundo de Futebol Feminino Sub-20 Foto: Estadão

Daqui a um ano, de 2 a 8 de outubro, o Campeonato Mundial de Ginástica Artística será realizado em Montreal. Adivinha quem esteve no Parque Olímpico ontem para divulgar a competição? Ela mesma, a notável Nadia.

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* Nathalia Molina é jornalista de viagem e especialista em Canadá. Também escreve o Como Viaja, com dicas e experiências no Brasil e no exterior. Acompanhe pelo instagram ComoViaja e pelo canal do Como Viaja no YouTube

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