Havia esperanças na canoagem, no atletismo, na ginástica, no salto com vara...mas a verdade é que apesar de os atletas portugueses terem conseguido bater alguns recordes, nenhum foi suficientemente bom para garantir umas medalhas olímpicas.
É claro que isso sempre é difícil quando a maior parte dos atletas portugueses precisa de competir sem verdadeiro apoio para isso - muitos deles têm outras profissões para além
do esporte -, sobretudo se comparado com as verbas canalizadas para o futebol. Nunca há dinheiro para esportes, os clubes não autorizam os jogadores de futebol - por exemplo - a irem às Olimpíadas e a gente vai olhando para o lado e ignorando essas desigualdades.
Mas a verdade, também, é que essas Olimpíadas são um real cenário de como a gente se contenta com pouco. Lembro de que há uns dias acordei com a notícia de que a nossa ginasta, Filipa Martins, tinha conseguido a melhor classificação de sempre numas olimpíadas. Todo o mundo estava parabenizando a moça pela prestação e eu corri para ver que lugar tinha sido esse: 37.º na classificação geral. Trigésimo sétimo. Alguém achar que um 37.º lugar é ótimo, confesso, me surpreende. E a gente tem continuado assim: se alegrando por todas as marcas nacionais que vão sendo superadas, mas com classificações gerais bastante abaixo do que seria exequível para parabéns.
Moral da história? Essas Olimpíadas têm sido incríveis por várias razões - para rever as lindas imagens do maravilhoso Rio de Janeiro, para nos emocionarmos com Simone Biles, para nos orgulharmos de viver na mesma época que o deus Phelps e para entender como Portugal precisa de investir seriamente em outros desportos que não o futebol para conseguir ser campeão e causar verdadeiras alegrias.