Basicamente, a cientista criou uma espécie de adesivo que repara tecidos e que só é aplicada nos lugares em que o cirurgião aponta uma luz, de forma a reduzir a possibilidade de erro. Essa cola desenvolvida pela portuguesa permitirá, por exemplo, que cirurgias do miocárdio que tornem menos invasivas e menos perigosas.
E como ela é feita de um material expansível - para além de não ser tóxico, naturalmente - ela consegue aguentar os batimentos cardíacos sem rasgar. E ainda tem mais: essa cola é também biodegradável, o que significa que vai naturalmente desaparecendo do local e vai sendo absorvida pelo organismo do paciente em que foi utilizada.
A invenção dessa portuguesinha já lhe valeu presença na lista dos '30 under 30' da revista Forbes - que basicamente aponta as 30 pessoas com menos de 30 anos que têm se destacado no mundo - e essa semana ela aparece também em destaque na revista Time.
Maria Pereira tem deixado uma marca tão forte, que quando em 2009 o Boston Children's Hospital falou com o orientador da cientista, com o objetivo de arranjarem formas de minimizar o sofrimento - e as mortes - das centenas de crianças americanas que nascem com problemas congênitos do coração, Jeff Karp diz que lembrou imediatamente de Maria. Atualmente, a cientista trabalha em Paris, na star-up Gecko Biomedical, que nos últimos anos conseguiu arrecadar 11 milhões de euros para investigação em cola cirúrgica e adesivos de feridas.
Se essa cientista não nos fizer ganhar um pouco de fé naquilo que Portugal e os portugueses conseguem fazer...bom!, não sei quem conseguirá.