O que temos aqui é uma pequena versão do que é feito na região de Beaujolais, que vai de Lyon até o limite de Burgundy, na França. Lá, todo mundo festeja a chegada da safra anual com grandes festas em bares e restaurantes.
Ao contrário do que se diz por aí, a maioria do vinho é produzida artesanalmente, por famílias que estão em Beujolais há tempos e se dedicam a plantação da uva gamay. Numa visita, você é rapidamente cativado pela simpatia das pessoas locais.
Visitei a casa do senhor e a senhora Callandres que, apesar de seus 70 anos cuidam, sozinhos, de 9 hectares de plantação. Parte da casa é do século XVI, outra do século XIX, toda construída com as típicas pedras amarelas (golden stones) que caracterizam a região e com jardins floridos ao redor. A área plantada fica ao fundo, onde se pode avistar os Alpes. Tudo é milimetricamente bem cuidado.
Num galpão, o típico cheiro do vinho sendo fermentado. Eles produzem de oito a dez mil garrafas de de dois tipos da bebida: Beaujolais e Beaujolais Villaje, que podem ser comprados ali mesmo. Cada garrafa sai por 4,80 euros.
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E se você tiver sorte, o sr. Callandres pode se empolgar e mostrar seu museu particular. Estão guardadas ali as ferramentas que a família usava no passado, todas feitas à mão.
Ao final da visita, a prova do produto, conduzida pela dona da casa. O vinho é leve e frutado. Deve ser consumido ainda jovem e pode ser servido gelado. Talvez por isso haja certo preconceito contra ele. Talvez por isso também, é uma boa pedida para refrescar o calor que começa forte no Brasil.