A cabeça vai para todos os lados e o pior parece ser entre Saint Jean e Orisson, mas não, depois a coisa fica menos íngreme, porém mais extensa e parece que nunca vai começar a descer até chegar aos 1.500 metros. Quando começa é incrível e aliviante.
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Porém, o Filipe Araújo ficou para trás fazendo imagens e respeitando algumas dores no pé. Fez seu ritmo enquanto eu rumava a Roncesvales a toda velocidade (não mãos que 3,5km/h) para garantir lugar no albergue público, pois as vagas são limitadas. Cheguei lá às 19:30, com um resto de sol. Mas nada do Filipe. E descobri que não poderia reservar lugar. Avisei a todos os voluntários holandeses que estavam cuidando do albergue e se ele não chegasse até as 21:30, disseram que deveriam chamar os bombeiros. Mas eis que às 21:22 ele entrou pelo restaurante (eu tinha hora limite pra almoçar e fazer checkin no albergue, de preferência com meu companheiro) trazido pelo incrível voluntário holandês Timmen, que já sabia seu nome e o abraçou aliviado quando chegou.
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Brindamos com vinho, cordeiro e batata frita. Eu estava apertado com a possibilidade de Filipe estar em apuros sérios. Fiquei extremamente aliviado. Entramos no quarto do albergue com a pontualidade holandesa e às 22hs a luz apagou. Fomos tomar banho na ponta dos pés. E nem ouvimos os roncos dos outros 30 peregrinos.
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