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Blog do Viagem & Aventura

Em Berlim, a festa de quem ficou fora

Às 4 horas da tarde parecia facílimo. Bastava acompanhar o fluxo dos grupos que já seguiam para o Portão de Brandemburgo e, poucos minutos depois, o monumento-símbolo de Berlim estava bem diante dos olhos, cercado por uma arena de festa. Palco, bar, barraquinhas de salsicha com curry, banheiros químicos nas ruas transversais, tudo estava lá.

Por monicanobrega
Atualização:

Mas o início das celebrações estava marcado para as 5 horas e havia muita gente circulando diante da fachada do Parlamento, às margens do Rio Spree, nas calçadas da Friedrichstrasse. Irresistível sair para um passeio, sentir o clima, ver as peças do dominó-Muro que estavam mais longe daquele epicentro do evento. Fui.

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Na hora de voltar, o susto: o número de grades havia aumentado muito e já não se podia fazer o caminho mais curto. E, depois de percorrer o mais comprido e chegar a uma nova barreira, soube que ninguém mais tinha autorização para se aproximar da festa. "Tem gente demais", disse o policial.

A credencial de jornalista e as devidas explicações liberaram a minha passagem, mas não a de milhares de outras pessoas que tiveram de ficar ali, a quatro quadras do palco onde, protegidos da chuva forte, Angela Merkel, Nicolas Sarkozy, Hillary Clinton, Silvio Berlusconi e várias outras autoridades já discursavam. Quando caiu a primeira sequência de dominós, nós não vimos.

Havia ainda uma segunda barreira, a duas quadras do Portão, e dessa eu não fui autorizada a passar. Naquele ponto, parte do público ensaiava um protesto com o refrão "derrubem o Muro", que não chegou a formar um coro.

Lá pelas 9 horas, quando o frio e a chuva já serviam de pretexto para muita gente decidir ir embora e faltava apenas uma fileira de pedras de dominó para ser derrubada, os policiais retiraram algumas grades. Os resistentes da turma dos sem-Portão avançaram e ouviram-se comentários de "antes que fechem de novo", outra paródia histórica.

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Uma última fileira do dominó gigante, um show em playback sofrível do cantor Bon Jovi e o espetáculo pirotécnico formaram a parte que nos coube da solenidade.

 Encerrado o evento no lado leste do Portão de Brandemburgo, Berlim se dirigiu para o oeste sem ninguém para impedir, como há 20 anos. Lá, diante de um novo palco, os berlinenses foram se dedicar a outra coisa que sabem fazer muito bem: dançar ao som de música eletrônica, com o DJ Paul van Dyk, natural da cidade, no comando.

 Foto: Estadão
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