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Galápagos: Santa Cruz, no encalço das tartarugas gigantes

 

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Por Fabio Vendrame
Atualização:

Estação de conservação da Charles Darwin Foundation - Fotos: Adriana Moreira/Estadão  Foto: Estadão

Quando Darwin chegou a Galápagos a bordo do Beagle, em 15 de setembro de 1885, ficou surpreso com o tamanho das tartarugas e com as diferenças entre as espécies encontradas em cada ilha. Cerca de 50 foram colocadas no navio - não para serem estudadas, mas para alimentar a tripulação do barco. Quase 130 anos depois, das 11 espécies existentes na época do naturalista, apenas sete não foram extintas.

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Na Ilha de Santa Cruz, há duas maneiras distintas de ver os animais. A clássica é na estação de conservação da Charles Darwin Foundation, a uns 15 minutos de caminhada do centro de Puerto Ayora. É quase um minizoológico, com programas de reprodução e reintrodução de espécies. Ali viveu Solitário George, último exemplar originário da Ilha Pinta que, apesar dos esforços de biólogos do mundo todo, não conseguiu se reproduzir. Solitário George foi empalhado - e em breve ficará em exposição no centro onde passou seus últimos dias.

Sem George, a celebridade local agora é Diego - mais conhecido como Super Diego em razão da quantidade de filhotes que colocou no mundo: 1.700! Original da Ilha Espanhola, a tartaruga tem idade estimada em 130 anos e vivia no zoológico de San Diego, Califórnia, antes de voltar para Galápagos. E continua em plena forma.

Os programas da Charles Darwin Foundation são muito bacanas e o centro realmente merece sua visita - dá para ver também tartaruguinhas-bebês, que passam alguns anos ali antes de serem reintroduzidas à natureza. Mas não é o melhor lugar para fotografar os animais. Do outro lado da Ilha Santa Cruz, a 25 quilômetros do porto, o rancho El Manzanillo é uma oportunidade para ver as gigantes em seu hábitat.

Don Hernán Guerrero adquiriu essas terras altas em 1970 e deixou para um irmão usar como área de pastagem para gado. Há dois anos, ele retomou o terreno e decidiu dedicar a área ao turismo. "As tartarugas sempre vieram aqui. São muitas, por toda a parte", conta. Segundo Don Hernán, de agosto a fevereiro é mais fácil encontrá-las, já que os animais se escondem no calor. Mas, mesmo em um dia de sol a pino, quando como visitei o local, foi possível observar dezenas delas na pequena trilha de aproximadamente 1 quilômetro.

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É interessante descobrir que as tartarugas gigantes nascem no nível do mar e levam cerca de 20 anos para chegar à área do rancho de Don Hernán - quando estão prontas para reprodução. A entrada custa US$ 3 - e ele mesmo dá as explicações, em espanhol, caso você não tenha o próprio guia. Agende no e-mail rancho_elmanzanillo@hotmail.com.

 

Pelicanos à espreita por um filé de peixe  Foto: Estadão

Em Puerto Ayora, pelicano faz fila no mercado de peixe

Caminhar por Puerto Ayora, a principal cidade de Galápagos, é uma delícia - desde que, é claro, o sol não esteja a pino. Há um quê de Búzios naquelas lojas descoladas e ateliês graciosos, como o de Sarah Darling, na avenida principal, onde a própria construção tem cara de obra de arte.

Vale a pena gastar alguns minutos no mercado de peixe - mesmo que você não tenha ambições de cozinhar. Uma fila de pelicanos (e até leões-marinhos) se forma atrás dos atendentes, que limpam os pescados na hora, de acordo com o pedido do freguês. Os animais esperam pacientemente por sua porção.

À noite, quando todos retornam dos passeios pelas ilhas, a cidade ganha vida, com bares praianos e bons restaurantes.

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