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Blog do Viagem & Aventura

Plantações de arroz se tornam obras de arte vivas

Com extrema delicadeza, o sushi é preparado como um ritual. Bolinho de arroz, um pedacinho de peixe, um quadradinho de pepino, uma folha finíssima de alga para enrolar. O sushiman é praticamente um artista e a obra-prima deve ser degustada de uma só vez, em um único bocado.

Por Bianca Ribeiro
Atualização:

Pois os japoneses, sempre tão criativos, descobriram outra maneira de transformar o arroz, a base de sua culinária, em obras de arte. E antes de ser colhido. Os imensos arrozais, do tamanho de campos de futebol, se transformaram em telas brancas gigantes. As tintas e os pincéis são as próprias mudas.

 Foto: Estadão

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A história começou bem por acaso na cidadezinha de Inakadate, no nordeste do Japão. Era 1993 e Koichi Hanada, funcionário da prefeitura local, recebeu a missão de trazer turistas para o vilarejo rural. Mas como levar as pessoas para um lugar sem atrativos como montanhas nem mar e apenas vastas plantações de arroz?

Ele ficou semanas quebrando a cabeça, até que um dia,  viu crianças plantando variedades de mudas de arroz para um projeto da escola. Eles usaram duas cores de talos: um de tom púrpura escura e outro, verde-claro. E teve um estalo: por que não plantar variedades coloridas para formar palavras e figuras?

 Foto: Estadão

A ideia deu tão certo que a pequena Inakadate, com menos de 10 mil moradores, recebeu mais de 170 mil turistas no ano passado que invadiram suas ruas estreitas. Além do perfeccionismo apurado, é claro que os japoneses usam e abusam da tecnologia.

Para criar o desenho de um samurai que combate um guerreiro chinês, os moradores usaram um modelo de computação para fincar mais de oito mil estacas, que orientam a formar a figura. As mudas de arroz foram geneticamente planejadas para produzir três cores: vermelho escuro, amarelo e branco.

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 Foto: Estadão

A cada ano, os moradores produzem desenhos cada vez mais intricados para que os turistas voltem no próximo verão. E toda a população se mobiliza. Se no começo eram apenas 20 voluntários, hoje já são cerca de 1.200. E o projeto está fazendo escola: outros seis vilarejos começaram a criar arte viva nos arrozais.

 Foto: Estadão
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