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Blog do Viagem & Aventura

Será que vai dar tempo?

Convenhamos: será muito difícil você, efetivamente, conseguir ver de perto todos esses lugares. Nem mesmo Mr. Miles, nosso colunista britânico que ostenta o título de homem mais viajado do mundo, conseguiu acumular tal soma. Mas ao menos pelas 960 páginas do livro 1001Maravilhas Naturais para se Conhecer Antes de Morrer (Ed. Sextante, R$ 59,90) é possível ter uma vaga ideia de quão belo deve ser ver de perto a desova dos caranguejos-vermelhos - ocorrida na semana passada - na Ilha Christmas, na Austrália.

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Foto do author Adriana Moreira
Por Adriana Moreira
Atualização:

 Foto: Estadão

Ou descobrir que o longínquo Sri Lanka abriga um monólito que já serviu de moradia real e hoje é Patrimônio da Humanidade da Unesco. Conhecida como Sigiriya, a rocha abriga um castelo - cuja entrada tem a forma de um leão - erguido no século 5.º.

 Foto: Estadão

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A Unesco, aliás, tem participação no livro de autoria de Michael Bright, produtor da divisão de história natural da rede britânica BBC durante 30 anos. O diretor geral da Unesco, Koïchiro Matsuura, escreveu o prefácio. Além disso, todos os Patrimônios da Humanidade são destacados por um símbolo. E é assim que você vai perceber (e, quem sabe, até estranhar) quantos lugares incríveis não integram a famosa lista.

O Parque Nacional de Torres del Paine e o Deserto do Atacama, ambos no Chile, são exemplos de pontos excluídos do rol da Unesco, mas com presença garantida no livro. Assim como o Lago Titicaca, na Bolívia, ou a formação rochosa conhecida como Doze Apóstolos, em Vitória, na Austrália.

 Foto: Estadão

O Brasil, é claro, está lá, contemplado com 19 destinos, a maioria deles na região da Amazônia, como o encontro dos Rios Negro e Solimões e o Arquipélago das Anavilhanas. Mas estão listados também as Cataratas do Iguaçu, a mata atlântica, o cerrado, o Pantanal e até o Pão de Açúcar.

 Foto: Estadão

A parte decepcionante é que nem todos os lugares descritos trazem foto. Afinal, dá vontade de ao menos saber que belezas fizeram o Banco de Arguin, lar de flamingos, tartarugas, focas e outras espécies na Mauritânia, integrar a lista de Patrimônios da Humanidade. Região de pântanos marinhos, é um dos maiores parques nacionais do continente africano.

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Vamos imaginar, contudo, que sua meta de vida seja conhecer os tais 1001 lugares. Considerando que você fique no mínimo cinco dias em cada um deles (contando o período de deslocamento), serão necessários 5.005 dias, o que dá 13 anos e 262 dias viajando.

Não é impossível para alguém com uma conta bancária polpuda, disposição e muito desprendimento. Mas como chegar a certos lugares sem voos diretos, pacotes turísticos ou estradas, como a Calota de Gelo da Groenlândia? E enfrentar a complicada situação política do Afeganistão para ver de perto os Lagos Band-e Amir? O conjunto de lagos se estende por uma faixa de 11 quilômetros, a cerca de 3 mil metros de altitude.

Eu, apesar dos cinco anos como repórter do Viagem&Aventura, não nego uma certa frustração ao contabilizar no passaporte apenas 24 dos 1001 lugares listados no livro. Será que algum dia chego lá?