Antes de viajar para Medellín, eu tinha uma ideia consolidada dessa cidade: era a mais violenta do mundo até 2003, pelo poder dos narcotraficantes, guerrilheiros e delinquentes.
Lá fiquei sabendo que o pintor e escultor nascido em Medellín (corrigiram minha pronúncia para Mededjín), iniciou sua carreira como ilustrador. Depois viajou para Florença pois curtia muito a arte renascentista. Neste período, como se sabe, o ideal de beleza eram mulheres e homens rotundos e pesados, cavalos musculosos, e uma profusão de detalhes como flores, animais e frutas.
Botero, na minha opinião, juntou o estilo renascentista com a pintura Naif e criou um estilo único e inconfundível denominado 'boterismo'.
Nas telas o espaço é empanturrado. E, sempre o descomedido, sejam homens, mulheres, animais domésticos, cavalos, ou mesmo os objetos das naturezas mortas. Numa destas, vi um bule estufado com bico miúdo, assim como são as feições das suas figuras. Elas têm um cotózinho de narizes e bocas, quase sempre fechadas. Outra pegada são as coxas, pernas e ventres superabundantes, pés abonecados, e seios pequenos. Mas, as figuras estão representadas sem paixão, o olhar longe dali.
O artista presenteou a amada Medellín com 23 esculturas. Para acomodar os gigantes em bronze, só mesmo a espaçosa praça do Centro Histórico. Rebatizada de Praça Botero e frequentada por viajantes do mundo todo, é comum ver turistas gorduchos que tiram fotos e selfies imitando a pose das estátuas.
Agora, quando você viajar para lá, considere chegar na praça Botero ao entardecer, quando o sol cor de cobre pincela as esculturas. Depois saia para a noite quente de Medellín acreditando, como dizem os 'paisás'( a maneira como carinhosamente são chamados os medellinenses), que o perigo é você não querer voltar pra casa.
Praça Botero, calle 52, Centro Histórico de Medellín
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