Dava para ouvir meu coração quando lia algo sobre a Ilha Geórgia do Sul. Começou com o livro "A Ilha dos Pinguins", de Anatole France. E quando conheci a saga de Sir Ernest Shackleton meu desejo de conhecer essa ilha se tornou obsessão. Shackleton teve sua fracassada expedição para cruzar o continente antártico a pé, em 1914, transformada numa das mais brilhantes páginas da história marítima do mundo.
Minha imaginação, porém, era o único bilhete para chegar lá. Até que um dia em visita à fábrica da Ferrari, em Maranello, o engenheiro Deodato me perguntou se não sonhava dirigir aquele carro mítico. Respondi que esse desejo era bem mais fácil de se realizar de outro que considerava quase impossível. Então o engenheiro disse: você precisa conhecer a máxima de Enzo Ferrari, e de toda a Fábrica: "se é possível sonhar é possível fazer". Recebí a frase de Deodato (nome que significa - dado por (a) Deus) como bom presságio e não deu outra, três meses depois, Silvia e eu desembarcávamos na Ilha Geórgia do Sul.
De início a paisagem das Ilhas Geórgia do Sul faz uma diferença e tanto. À distância o que se destaca é a colossal mancha branca e enigmática entre dois azuis, o do céu e o do mar. Mais de perto é exuberante, inexplorada, repleta de glaciares, rios congelados e cumes de enormes montanhas protegidas pela neve. A natureza revela um estilo de paisagem que, mesmo por conta de seu clima, assim como pela fauna e rara flora, é descrita como sublime e jamais vista em outras partes do mundo. Ali fui capturado aos primórdios da era glacial.
**O seguro viagem é necessário para qualquer destino. No meu caso foi importante, pois, durante dois dias tive atendimento médico devido a uma forte indisposição ao atravessar o pior mar do mundo - a Convergência Antártida. Embora o navio norueguês que me levou a Geórgia do Sul tivesse médico a bordo, o serviço é cobrado e é caro.www.viagemmaissegura.com.br
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