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Arte em toda parte

Mestres de Feng Shui X Starchitects

Em Hong Kong não adianta ser arquiteto estrelado nem mesmo ganhador do Pritzke Prize, o maior prêmio do segmento do mundo, para ter o projeto aprovado. A palavra final é do mestre em Feng Shui. Veja porquê.

Por Heitor e Sílvia Reali
Atualização:

Porto de pescadores de Aberdeen, Hong Kong Foto: Estadão

Mestre de Feng Shui Foto: Estadão

Em Hong Kong, 90% da população praticam o Feng Shui, e existem ali mais de 10.000 mestres. Dentre estes alguns são reverenciados como Feng Shui hsien-sheng, ou seja, experts. O trabalho de um mestre consiste em conseguir, com a ajuda de uma bússola, que os edifícios, casas, apartamentos e escritórios, sejam orientados segundo as linhas do dragão. Por falar em dragão, são cinco os que habitam a cidade. Conhecer seus caminhos pode significar a sorte da sua moradia ou o sucesso do seu empreendimento. Os mestres dão o aval para uma obra respeitosa com o ambiente e de grande profundidade filosófica. Se o Feng Shui não for seguido, o resultado pode ser desastroso. Assim, todos arquitetos, mesmo aqueles que não são chineses, se escoram neste conceito para projetar seus edifícios.

Banco HSBC Foto: Estadão

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Nessa pegada o inglês Norman Foster, o mesmo arquiteto do moderníssimo aeroporto da cidade, ao idealizar o Banco HSBC, aconselhado por um mestre, exigiu que a área em frente à futura construção fosse adquirida pela empresa. Isso para que a visão das águas da baía não fosse obstruída. Este elemento da natureza está ligado à fortuna para os chineses, assim como o número oito. O edifício se ergue sobre pilotis, e no lugar do quarto piso (número negativo para os chineses) ele é vazado; já as escadarias que o ladeiam, quando iluminadas parecem serpentes. Tudo isso para se adequar aos princípios do Feng Shui. Apostando no oito, o argentino César Pelli, famoso pelo projeto do 6° prédio mais alto do mundo, as Torres Petronas, em Kuala Lumpur, desenhou o IFC (Internacional Financial Center) com 88 andares.

Banco da China Foto: Estadão

Edifiício vazado para que não haja interferência no caminho do dragão Foto: Estadão

Mais do que um exemplo que captura o olhar, aprendi a ver o que está por trás de cada projeto. De frente para o mar e tendo a montanha às costas, um maciço bloco em forma de onda, quase duas vezes o Copan paulista em comprimento, possui um enorme espaço vazado em seu corpo. A razão: o dragão que habita a montanha atrás do edifício poderá passar por ele à noite para nadar e beber água no mar em frente. A respiração do dragão é o Sopro Cósmico, uma força superior que permeia todos os seres do Universo. Embora invisível, na ótica de Hong Kong, o dragão é sempre vislumbrado.

Os honcongueses insistem: aqui não é China, nem Reino Unido, é Hong Kong Foto: Estadão

Quando resolver ir: Para chegar a Hong Konk é preciso fazer uma combinação de voos e se preparar para uma diferença de 11 horas a mais em relação ao Brasil. A Receptur, www.receptur.com.br, tel. 11-3259-4066, tem sugestões via Europa, Estados Unidos ou África do Sul e oferece a oportunidade de um stopover. Onde se hospedar: Hotel Lan Kuai Fong, na Ilha de Hong Kong, ao lado das mais badaladas ruas da cidade. Um novo conceito de hotel, charmoso e om excelente café da manhã, www.lankwaifonghotel.com.hk Hotel Intercontinental, aclamado por ter uma das mais belas vistas do mundo, www.intercontinental.com Acompanhe os autores também no Viramundo e Mundovirado, no facebook viramundoemundovirado e instagram @viramundoemundovirado

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