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Experiência na Amazônia - Capítulo 3: Dias longos...noites mais ainda!

Depois de um dia puxado, a noite também nos reservava um último desafio. E não era nada fácil!

Por Karina Oliani
Atualização:

Se eu estava achando que ia dormir 8 horas e ter tempo de recuperar o esforço mental e físico após 16 horas trabalhando, estava bem enganada!

Eram dez horas da noite e todos nós estávamos prontos pra próxima atividade. No local, armas de diversos calibres e tipos: espingardas, fuzis, pistolas, muita pólvora, uma vela e mais algumas coisas. De repente, do meio do mato escuro ouvimos um tiro.

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BUM!

O barulho foi enorme. Todos, inclusive os militares, se assustaram (eu um pouco mais, confesso!).

Os instrutores logo saíram da selva, armados, camuflados e começaram a instrução. Nós iríamos confeccionar a munição (todas as balas) que usaríamos. Pra mim, algo novo. Enchi aproximadamente 1/3 do cartucho com a pólvora negra, que é muito melhor e mais explosiva que a branca. Um montinho de estopa pra conter aquele pó e mais umas 3 gotas de vela derretida pra selar tudo.

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 Foto: Estadão

Pronto, munição pronta, se vai funcionar o disparo é o que estou pra descobrir.

Após a tarefa, um dos instrutores me pergunta:

- Zero-Dez, você está familiarizada com esses armamentos?

- Não, senhor! - respondo prontamente.

-Zero-Dez, pegue sua arma e dirija-se ao "mutá" para o tiro - ordena ele.

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Mutá é um tipo de plataforma que construímos no alto das árvores. Antes do anoitecer, o caçador se posiciona pra que, dessa maneira, os animais não percebem seu cheiro e nem sua presença. É preciso subir no mutá no maior silêncio possível, sem alardes. Tratava-se agora de um exercício tático.

 Foto: Estadão

Mas, peraí! Eu nunca atirei com uma espingarda assim e ainda terei que "escalar" um mutá no escuro, carregar a espingarda e acertar o tiro de lá de cima? Quais as chances de isso dar certo?

Sei lá, mas acho que tinha rezado tanto, que Deus ajudou. Tiro disparado! A munição funcionou e (volto a dizer), por uma ajuda divina, tiro no alvo. Eu mal acreditava. Meu canga orgulhoso mandou um "muito bem, Zero-Dez" enquanto corríamos de volta à base de instrução para a próxima.

Minha felicidade era enorme!!

Pra completar nossa alegria, já se passava da meia noite quando o instrutor disse:

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-Agora vocês estão liberados. Estejam prontos amanhã, às cinco horas da manhã, em formação, fuzil guarda alta, em frente à base.

Enquanto todos os estagiários estavam próximos ao acampamento geral, ainda me restava mais uma última "aventura". A Zero-Dez ainda tinha que cruzar o rio e fazer uma trilha até sua rede. Um breu total. Barulhos de bichos por toda parte. Os mosquitos certamente sabiam que eu estava lá.

 Foto: Estadão

Demorei quase meia hora pra achar minha rede, mas, quando a vi, foi como ter a visão do paraíso. Sem muito tempo a perder, entrei na rede como estava, só deu tempo de fechar o zíper e praticamente desmaiei em um sono profundo.

Enfim, a recompensa por uma noite intensa!

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