Esses dias uma seguidora do Instagram me fez uma pergunta: "o que é preciso fazer para sermos a diferença no mundo?" Eu até queria ter respondido na hora, mas a internet do meu último destino não me ajudou muito e nem tudo a gente precisa responder na hora.
Mas vamos combinar: quem sem importaria com qualidade da conexão tendo essa paisagem abaixo como escritório?
Esse paraíso da foto é a ilha de Mana, uma das 332 ilhas que compõe as Ilhas Fiji.
É uma das mais remotas tendo cerca de 400 habitantes, sendo 100 crianças e adolescentes.
Fui saber da existência desse paraíso sobre a terra a convite do Fábio Maia, coordenador da Pacific Union College (PUC) da Califórnia, um brasileiro do qual me orgulho muito, que mora em Napa Valley e coordena missões em diversos lugares do mundo como Amazônia e África.
Me uni com mais um médico para coordenar o atendimento de 44 estudantes da PUC que são candidatos para as mais diversas áreas da saúde como Medicina, Enfermagem, Odontologia...
E foi muito trabalho: mais de duzentos e cinquenta atendimentos médicos e incontáveis odontológicos.
Posso dizer que acabei conhecendo quase todos os moradores de algum território do mundo.
O que eu testemunhei foram estudantes muito interessados em aprender durante essa oportunidade de trabalho voluntário.
Supervisionava o passo-a-passo de cada atendimento médico, realizava exames físicos, anamnese, curativos...
Era uma introdução para eles dos desafios da medicina em áreas remotas. Sem condições ideais, longe de clinicas bem equipadas ou ambientes hospitalares, com medicações limitadas e sem o auxilio de exames diagnósticos de sangue ou de imagem, os alunos viram a importância de uma boa historia medica, bem feita e um exame físico completo realizado com total atenção.
E onde ficava essa galera? Eles dormiam no chão das salas de aula da escola e durante o dia usam as casas construídas pelos próprios estudantes da instituição como base.
Como esses profissionais sempre estão lá provisoriamente e nunca para ficar há uma grande rotatividade dos ocupantes desses espaços para dar algum conforto (não muito) em retribuição a dedicação da pessoa com aquela população. Eles têm consciência disso. E por isso funciona muito bem!
Recebemos uma visita que mobilizou toda a comunidade: a Josie. Tratava-se de um ciclone básico. Lógico que houve os transtornos costumeiros, mas a vida seguiu normalmente depois de sua passagem.
E como vocês me conhecem, não resisti e tive que me aventurar e fazer coisas mais emocionantes que enfrentar um ciclone como, por exemplo...
Nadar com 100 tubarões de seis diferentes espécies!
A temporada em Fiji foi curta, mas me deixou com as energias recarregadas.
Foi uma viagem que consegui aliar um pouquinho de aventura a oportunidade oferecer o nosso melhor ao outro com, estamos dando a ele a chance de criar para si novas chances, mudar e evoluir como ser humano.
Foi ao decolar de Fiji e relembrar cada paciente que passou pela minha frente que consegui pensar numa resposta para a minha seguidora: para fazer a diferença na vida de alguém não precisa ser brilhante, rico ou perfeito. Você só precisa se importar!