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Duas jornalistas caem no mundo unindo duas paixões: viajar e ajudar o próximo. Aqui, elas relatam as alegrias, os perrengues e os aprendizados dessa experiência.

Cadê meus alunos?

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Por Bruna Tiussu
Atualização:
Atividade com alguns dos poucos estudantes que voltaram às aulas. Foto: Bruna Tiussu

O título deste post, com esse pronome possessivo, entrega duas coisas: sim, estou muito apegada às crianças da escola; e, sim, estou realmente curtindo dar aulas.

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Acontece que a Furman Foundation School deu início ao seu ano letivo na segunda-feira, dia 4, mas ainda não reencontrei todos os alunos e nem voltei a ser Madam Bruna com um giz na mão. Pois aqui em Gana, o retorno às aulas tem um ritmo um tanto diferente.

Segundo o diretor da Furman, Gideon Amoako, existe uma cultura local de que a primeira semana do calendário letivo é mais de organização do que de aprendizado. Ou seja, professores e alunos dão um trato nos espaços da escola, organizam os materiais e as crianças ficam bem livres para brincar. Sendo assim, os pais não sentem aquela obrigação de mandar os filhos para a escola -- lembrando que, consequentemente, economizam os 2,50 cedis cobrados por dia.

Há um outro fator que compromete a volta às aulas: não existe um calendário oficial, cada instituição decide quando entrar de férias e a data do retorno. E, uma vez que a comunicação entre escola e pais não é sempre muito clara, acontece de alguns pais nem saberem quando seus filhos devem retornar aos estudos.

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Com Samuel e Abu, dois dos que estão de volta. Foto: Eduardo Asta

Por esses motivos, todo meu entusiasmo com o início das aulas regulares foi por água abaixo na segunda de manhã, quando contei 12 estudantes -- no total, são cerca de 90. Na terça e na quarta, eles somavam 14. Hoje, 15.

Ok, dizer por água abaixo é um pouco exagero. Pois ainda que eu não tenha dado uma aula regular, começamos com algumas atividades educativas. E para a minha alegria, dentre os poucos presentes estavam alguns de meus favoritos -- como disse uma vez, como professora voluntária acho que posso ter meus preferidos, né.

Juliana, uma de minhas alunas favoritas. Foto: Eduardo Asta

Já os outros, continuo aguardando. Eles que tratem de aparecer aqui na próxima segunda-feira. Ou terei de usar da vantagem de saber aonde moram para buscá-los em casa. Com Madam Bruna é assim.

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