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Duas jornalistas caem no mundo unindo duas paixões: viajar e ajudar o próximo. Aqui, elas relatam as alegrias, os perrengues e os aprendizados dessa experiência.

Escapadas necessárias

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Por Bruna Tiussu
Atualização:
Os fofinhos do Boabeng-Fiema Monkey Sanctuary. Foto: Eduardo Asta

Lembro de minha mãe, hoje professora aposentada, chegando em casa um tanto cansada depois do trabalho. Achava meio exagero, afinal ela dava aulas "apenas" no período da manhã. Agora a entendo perfeitamente.

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Criança é um bicho que suga sua energia com a rapidez daquelas bombas de vácuo. Quando em grupo então... O contato e a troca com os alunos da escola é o que há de mais valioso nesta minha experiência ganense, mas é fato que ao final de cada dia estou só o pó.

Daí chega o fim de semana e aqui estão eles de novo -- lembram que preferem ficar na escola do que em casa? Então nós, voluntários, tratamos de caçar o que fazer nas redondezas de Kumasi para fugir um pouco do ambiente escolar e recarregar as energias para a semana seguinte.

Num sábado visitamos o Boabeng-Fiema Monkey Sanctuary, a 1h20 de trotro (transporte mais comum no país, é como as vans lotações que já existiram em São Paulo) mais 40 minutos de taxi. É de longe o local mais bucólico e mais organizado que vi por aqui.

Bucólico porque tem grandes árvores (seringueiras inclusive) e aquele silêncio delícia de lugar-mato. E organizado pois tem recepção (o ingresso custa 25 cedis para voluntários; algo como R$ 22), banheiro e até guia.

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O trajeto turístico corta parte da mata nativa, com direito a parada num vilarejo típico do interior, com casas feitas de barro e a pouca gente sentada em frente às suas portas. O ponto alto, obviamente, é o encontro com os macacos que habitam a reserva.

Eles são de duas espécies, ambas da família dos Macacos do Velho Mundo, cuja origem é Gana e Costa do Marfim: black and with colobus e lowe's mona.

O primeiro é um bicho grandinho com um longo rabo que só vimos no alto de algumas árvores, a uma certa distância. A segunda espécie encontramos aos bandos e ganhamos sua "amizade" quando oferecemos os primeiros amendoins. Eles se aproximam sem medo, pegam o amendoim de sua mão, descascam (aparentemente não curtem a pele) e comem ali na sua frente. Alguns, mais educados, dividem os grãos com os colegas. Outros, famintos, comem sozinhos mesmo.

Dá para gastar mais de 30 minutos nessa brincadeira de alimentar os macacos, que são extremamente carismáticos. Também são fotogênicos e curiosos: instalamos a Go Pro num galho, deixamos alguns amendoins ali pertinho e o resultado foi esse vídeo-fofura. Dá uma olhada:

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