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A cidade dos marajás é limpa e tem o maior mercado aberto

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Por Redação
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Houve uma época em que Mahishasura, um demônio com cabeça de búfalo, governava Mysore. A população suplicava aos deuses que a salvasse do monstro. Sensibilizada, Parvati, a esposa de Shiva e mãe de Ganesha, renasceu como Chamundeshwari e matou a besta no topo de uma montanha, hoje conhecida como Chamundi. A lenda da vitória do bem sobre o mal deu origem à festa mais popular de Mysore, o Dasara Festival, realizado em outubro e famoso pela procissão de elefantes enfeitados. A festividade é tão importante que Karnataka inteira se enfeita de luzes, flores e festões - até carros e motos. Hoje, a terra do demônio é conhecida como a cidade dos marajás. Feito da família Wodeyar, que assumiu o poder em 1399 e, no século 18, a transformou na joia real que é, sendo a segunda maior em população no Estado (800 mil). E, seguramente, uma das mais agradáveis para visitar, com palácios, jardins, ruas limpas e largas, arborizadas e calçadas com sarjetas. É planejada, resplandecente e organizada a ponto de ver guardas de trânsito nas ruas.Mas a herança mais evidente dos marajás está no Amba Vilas, o Palácio de Mysore, principal ponto turístico, lotado de ambulantes (os mais insistentes do mundo, capazes de segui-lo por quarteirões). Imponente por fora, o palácio é extravagante de tão suntuoso por dentro. Em estilo indo-sarraceno, ele foi projetado pelo inglês Henry Irwin após o fogo consumir o antigo palácio de madeira, em 1897, e concluído em 1912. O guia turístico conta que o príncipe ainda mora nos fundos. A população tem acesso a alguns salões, com vitrais e espelhos, abóbadas e arcos islâmicos em tons de azul, marrom e dourado, chão de mosaicos floridos, portas de madeira esculpidas e objetos em ouro que impressionam. Aos domingos e feriados, o Palácio se enche de luz à noite. Mysore também está no mapa internacional da yoga e de tratamentos ayurvédicos. E é famosa por sua seda, sândalo e incensos, encontrados dentro ou nos arredores do vibrante Devaraja Market, um dos maiores e mais antigos mercados ao ar livre da Índia. Há de tudo, em todas as cores e odores: flores, pó para tilak ou tatuagem, frutas, legumes, pimentas, ervas, especiarias, incensos, óleos aromáticos, panelas, pulseiras e quinquilharias. Ande sem pressa, perca-se por entre as barracas, explore os sentidos. Converse. Você pode descobrir, com os meninos, como se faz um incenso. Ou pode ganhar um colar de flores de presente. Talvez lhe peçam para traduzir uma carta escrita em português. Vai ter de repetir inúmeras vezes seu nome e seu país. Você é uma atração para eles, e esta troca, sem dúvida, é a melhor atração para você também. / A.C.

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