A galera do caiaque também rema firme para pegar altas ondas

Conheça a modalidade, difundida pelo litoral norte de São Paulo, em que os praticantes preferem surfar sentados

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

As belas ondas na manhã de sol na Praia da Baleia, em São Sebastião, convidam ao surfe. Mas, em vez de ficar em pé nas pranchas, a galera desliza pelo mar sentada em embarcações - e usa remos para auxiliar nas manobras. São os integrantes do Kayaksurf Club, que realizam encontros esporádicos no litoral paulista para promover o esporte e, claro, pegar ondas. O caiaquesurfe surgiu na década de 1960 na Califórnia (EUA) e chegou ao Rio em 1982. ?Boa parte dos praticantes vem da canoagem em corredeiras?, diz a canoísta e criadora do clube, Roberta Borsari. Inicialmente, os adeptos usavam os caiaques de águas brancas no mar, mas hoje há embarcações exclusivas para a modalidade, feitas para facilitar as manobras e melhorar o rendimento. O formato dos caiaques para surfe é semelhante ao de uma prancha, com quilhas para dar estabilidade. O remo facilita a entrada no mar e se transforma em leme na hora de descer a onda. A primeira regra para os iniciantes é posicionar o bólido a 90 graus em relação às ondas na hora de passar a arrebentação. Dessa forma, diminuem as chances de ?tomar um caldo?. Caldos, aliás, não faltaram no último encontro do clube, dia 10, na Praia da Baleia, litoral norte paulista. Na ocasião, houve clínica gratuita com o canoísta Christian Fuchs. As amigas Denise Leal e Rosana Tomita, ambas na faixa dos 30 anos, participaram. ?Praticamos rafting há pelo menos quatro anos e já fizemos uma expedição turística de caiaque oceânico?, diz Denise. Ainda assim, as duas admitiram que o caiaquesurfe não é fácil. ?O mais complicado é se manter em cima do caiaque?, brinca Rosana. Em família O advogado Luiz Amarante, de 40 anos, levou o filho Ilya, de 15, para experimentar o caiaquesurfe. ?Pratico canoagem na raia da USP, mas no mar é bem diferente?, admite Amarante. ?Trouxe meu filho para ver se ele toma gosto pelo esporte.? Ao que parece, acertou em cheio. ?É bem legal, não achei muito difícil, não?, diz Ilya. As reuniões do Kayaksurf Club misturam gente tarimbada na modalidade e principiantes. ?Para quem está começando é a oportunidade de trocar experiências com quem já pratica?, ressalta Roberta Borsari. Apesar da pouca idade, Matheus Guaraldo, de 12 anos, já integra o grupo dos mais experimentados. Seu pai incentivou o garoto a praticar canoagem desde que era pequenino. ?Nem sei quando comecei?, diz Matheus. ?Estou mais acostumado a lugares sem onda, mas surfar é muito legal.? Agnaldo Gomes, de 35 anos, é outro fissurado pelo caiaquesurfe. Seu primeiro contato com o esporte foi há quatro anos. Desde então, desce a serra ao menos uma vez por mês para praticá-lo. ?Já praticava canoagem oceânica e comprei um caiaque para descer corredeiras. Comecei a pegar onda por diversão e percebi que surfar também era interessante?, conta Gomes. ?O legal do caiaquesurfe é a emoção, a adrenalina. Já no oceânico, quando o mar está calmo dá um sono...? O último encontro do clube, fundado no ano passado, reuniu cerca de 30 pessoas. A idealizadora, Roberta Borsari, espera que o número de participantes aumente gradativamente. ?Quando criei o clube, minha idéia era reunir os amigos e ir para a praia praticar a modalidade?, conta. ?Mas a coisa se espalhou muito rápido e hoje já temos 200 integrantes.? Quem quiser participar dos próximos encontros pode se cadastrar no site www.kayaksurfclub.com.br. ?Quero ver muita gente praticando o caiaquesurfe: é uma ótima opção de lazer de praia?, afirma Roberta.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.