A rota da fé cristã em Israel

Jerusalém, Belém, Nazaré e Jericó integram esse roteiro bíblico-turístico pela chamada Terra Santa, onde história, arquitetura e religião se misturam a cada passo

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Por José Maria Mayrink
Atualização:
A Igreja do Santo Sepulcro Foto: Noam Chen/IMOT

Jerusalém, Belém, Jericó, Caná, Tiberíades, Cafarnaum, Nazaré e, chegando e partindo, Tel Aviv. Não necessariamente nessa ordem, aí está, seguido e aprovado em 11 dias de Israel e Território Palestino, roteiro básico para um cristão buscar os passos de Jesus em peregrinação de fé e cultura que com certeza ficará na memória, cheia de lembranças e experiências emocionantes, de quem sempre sonhou com essa viagem.

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Escrevo na primeira pessoa como repórter católico, contrariando as regras do bom jornalismo, que, em nome da imparcialidade, aconselham uma linguagem isenta, arriscadamente distante. Como ocorreu em 2002, quando escrevi uma página sobre minha visita a Auschwitz, na Polônia, três horas com um nó na garganta e lágrimas nos olhos, sem fazer qualquer anotação, registro aqui a memória de lugares, gestos e gente que vão marcar a minha vida – até agora 56 de profissão e 14 idas a Roma, quase sempre para a cobertura de pautas religiosas. Israel e Palestina eram um destino adiado que não poderia faltar no meu currículo.

Primeira surpresa: nenhuma burocracia no aeroporto internacional Ben-Gurion, no desembarque e na saída, embora me tivessem aconselhado calma e paciência para enfrentar os interrogatórios rigorosíssimos da imigração por causa de riscos de atentados. A única recomendação foi para não trancar com cadeados ou segredos as malas despachadas, pois elas poderiam ser abertas, mesmo depois de passarem pelo raio X. De Tel-Aviv a Jerusalém, viaja-se de ônibus, trem ou táxi, em 45 minutos.LEIA MAIS - Israel, um dos 18 melhores destinos para 2018

Em nossa excursão familiar – eu, Maria José, minha mulher, e as duas irmãs dela, Zélia e Lúcia –, viajamos via Paris, pela Air France, uma das opções possíveis para tornar os voos menos cansativos. Não contratamos agência ou guias, quase sempre indispensáveis, porque eu tinha uma amiga em Israel, a brasileira Lurdinha Nunes, que vive em Jerusalém. Repórter e produtora do Christian Media Center, que distribui documentários de televisão para 28 emissoras, entre elas a TV Canção Nova, em Cachoeira Paulista, é também colaboradora da revista Terra Santa, edição em português.

Simplicidade

Apesar da superlotação em maio, na comemoração dos 70 anos de fundação do Estado de Israel, havia vagas em bons hotéis na Cidade Nova, a pequena distância da muralha da Cidade Velha. Hotéis seguros e de preços razoáveis, pelos padrões locais. 

Preferimos, contudo, a hospedagem em casas religiosas em Jerusalém e em Nazaré, que são modestas, mas confortáveis. Difícil reservar, pois essas comunidades se destinam preferencialmente a grupos maiores de peregrinos. Dessa região, onde se localizam a residência oficial do primeiro-ministro e o Consulado dos Estados Unidos, chega-se em 20 minutos a pé à Porta de Java, uma das oito entradas para a Cidade Velha.

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Jerusalém é para o judaísmo, o cristianismo e o islamismo essencialmente a Cidade Velha. Dividida em quatro áreas – judeus, cristãos, muçulmanos e armênios –, essa área de apenas 1 quilômetro quadrado reúne sinagogas, templos e mesquitas em torno do Santo Sepulcro, basílica que está sob a administração de católicos, gregos ortodoxos e armênios ortodoxos. As três igrejas se entendem nas celebrações litúrgicas, cada uma com seu próprio calendário.

Nosso roteiro sacro está descrito a seguir.

Israel, um dos melhores destinos para 2018

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