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Agências de viagem estudam repassar taxas ao cliente

Por Agencia Estado
Atualização:

As agências de viagem especializadas na venda de passagens aéreas para o mercado corporativo estudam mudanças no sistema de cobrança das taxas pelo serviço prestado. Elas poderão passar a cobrar uma taxa (fee) dos clientes, uma vez que as companhias aéreas estão diminuindo cada vez mais as comissões. No Brasil, a comissão que as companhias aéreas pagam pelo serviço prestado caiu de 9% para 6% nos últimos dois anos e a tendência é de que se reduza mais, a exemplo do que ocorreu nos EUA. Pressionadas a reduzir custos, as empresas aéreas naquele país foram cortando as comissões aos poucos nos últimos cinco anos, até chegar a zero. "As companhias aéreas americanas cortaram todas as comissões", conta o presidente do Fórum das Agências de Viagens Especializadas em Contas Comerciais (Favecc), Francisco Leme da Silva. Segundo ele, diante dessa realidade, as agências precisam estar preparadas para trabalhar com o sistema de fee cobrado do cliente. O Favecc respondeu em 2001 por 33% dos bilhetes aéreos emitidos no País. A entidade está organizando seminários para informar os associados sobre as possíveis mudanças, além de discutir formas de melhorar os serviços prestados pelas agências de viagens corporativas às empresas clientes. "Não sabemos se as companhias aéreas do Brasil vão parar de pagar as comissões", reitera Silva. "Mas temos de estar preparados para cobrar o comissionamento de quem usa o serviço se isso ocorrer." Segundo Silva, a atividade de gerenciar contas de viagens de negócios para empresas transcende o simples processo de compra e venda de uma passagem aérea. De acordo com ele, o trabalho requer uma análise de preços e do custo-benefício que será oferecido ao cliente baseado na viagem a ser realizada. "É como uma consultoria; a meta é criar uma grande interação entre clientes e agências para se tornarem cada vez mais parceiros nos negócios", diz. O Favecc reúne 25 agências, que registraram em 2001 um movimento de R$ 3,081 bilhões, 14% superior ao do ano anterior. O número inclui vendas de bilhetes, reservas em hotéis e locações de veículos para pessoas que viajam a trabalho. O mesmo faturamento, se calculado em dólares norte-americanos, foi 12% menor do que em 2000. O motivo foi a queda dos preços das passagens em dólar e do número de viagens de negócios ao Exterior, que em 2001 caíram 34% sob o efeito dos atentados aos Estados Unidos. Silva acredita que, em 2002, a alta do dólar no Brasil e as conseqüências dos atentados podem inibir o crescimento do setor. "Está havendo uma recuperação principalmente do Brasil para a Europa, mas o movimento continua meio fraco nas viagens para os EUA", conta. Para o executivo, a Varig e a TAM são as companhias nacionais preferidas do mercado corporativo. Segundo ele, a Gol tem "bons serviços", mas os executivos preferem companhias que têm mais opções de horários porque não podem perder tempo com escalas.

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