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Além dos cânions: cachoeiras e aventuras para curtir na região

Tem alguns dias a mais? Há outros passeios interessantes na região fora dos parques

Por Anelise Zanoni
Atualização:
Dezenas de trilhas e cachoeiras estão no mapa natural da região Foto: Anelise Zanoni

A região dos Aparados da Serra não se limita aos dois principais parques de Cambará do Sul. Dezenas de trilhas e cachoeiras estão no mapa natural da região.

Parque Estadual do Tainhas

Passo do S, um lajeado com formação rochosa Foto: Anelise Zanoni

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A 36 quilômetros de Cambará do Sul, no município de Jaquirana, o Parque Estadual do Tainhas guarda um passeio radical. Ali está o Passo do S, um lajeado que tem formação rochosa em forma – adivinhe – da letra “S”.

É possível atravessar de uma margem à outra de carro (4x4), moto, cavalo e, às vezes, a pé. A poucos metros, no sentido da correnteza, há uma queda d’água com cerca de 100 metros de altura. A vegetação rasteira destaca o lajeado e, ao longe, é possível ouvir a força da queda d’água que despenca a partir do Passo do S. 

Com a ajuda do guia Andrews Mohr, que sempre viveu na região, desci até bem perto da cachoeira. O caminho, molhado e escorregadio, exige bastante paciência e foco. A chegada, contudo, é mais que compensadora: em meio às grandes pedras dá para ver e sentir a força da água. Uma energia imensa.

No retorno, fizemos o percurso do Passo do S até a outra margem. Tive a sensação de que o carro não passaria. Embora estivesse com uns 20 a 30 centímetros de água, o carro foi andando devagarinho até conseguir cruzar a correnteza. Ufa.

Para fazer o percurso é importante seguir as marcações colocadas no próprio Passo do S. Também é prudente conversar com os guias para evitar sustos como o ocorrido em outubro do ano passado, quando três jipeiros ficaram presos no local e precisaram ser resgatados de helicóptero.

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O passeio custa, em média, R$ 120 por pessoa, com a Aparados Ecoturismo (54) 99907-8199. O pacote inclui água, visitas guiadas e ingressos também para a Cascata dos Venâncios.

Cascata dos Venâncios

O parque tem um conjunto de quedas d'água onde é possível passar o dia, acampar, fazer piquenique e até tomar banho de cascata Foto: Anelise Zanoni

Depois de percorrer 33 quilômetros de caminhos de terra desde Cambará do Sul, paramos o carro no pátio de uma casa. Uma mulher levantou da cadeira onde estava, pegou uma planilha e anotou alguns dados. Cada pessoa paga R$ 15 para entrar na Fazenda Cascata dos Venâncios, propriedade privada no município de Jaquirana que se transformou num dos principais parques de ecoturismo da região.

Banhado pelo Rio Camisas, o parque tem um conjunto de quedas d’água onde é possível passar o dia, acampar, fazer piquenique e até tomar banho de cascata. Para aqueles que querem passar o dia todo, o valor sobe para R$ 25.

Na parte direita do parque, há área com mesinhas e uma trilha muito fácil e plana leva às primeiras quedas. É impossível não sorrir ao ver a água transparente descendo entre as pedras.

Do outro lado, pela esquerda, vem a segunda surpresa: os paredões de rocha são maiores, e a água triplica de tamanho. É por ali que a maioria das pessoas prefere tomar banho no verão.

Depois, quando achamos que já vimos tudo, vem o presente final. A partir de um mirante a poucos passos das cascatas, conseguimos ver o todo: uma cadeia de muitas cascatas, pedras e natureza quase intocada. 

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A fazenda fica a 33 quilômetros de Cambará do Sul, no município de Jaquirana. Há banheiros e estrutura para piquenique, incluindo churrasqueira e quiosques.

Centro de Cambará

Igreja matriz São José Foto: Anelise Zanoni

Embora boa parte dos turistas faça os passeios focados nos parques de Cambará do Sul e deixem a cidade pra trás, vale a pena dedicar uns minutos para conhecer o centrinho local.

O ponto de partida pode ser a Casa do Turista, onde é possível pegar mapas e solicitar informações. Para quem viaja sem planejamento, é um bom início para pensar o roteiro.

Na pequena área central, chamam a atenção alguns casarões em madeira, que datam dos anos 1960. Em um deles, amarelo como gema de ovo, está o Centro Cultural Dr. Santo Borneo.

No primeiro andar há um pequeno museu, com objetos dos primeiros moradores, fotos e histórias que relembram passagens do local. O segundo andar preserva uma biblioteca.

Em frente à construção está a igreja matriz São José e uma peculiar sequoia. Os moradores afirmam que a árvore chegou ao local depois de ter passado – acredite – por uma viagem à lua. Sua semente pode ter sido uma das centenas que viveram em órbita em 1971, em uma expedição da Apollo 14. A muda da árvore teria chegado à região em 1982, depois de ter sido germinada em terreno lunar. O prefeito da época teria convencido políticos de Brasília a trazê-la para a cidade (na mesma época, outras cidades receberam mudas de sequoias).

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