Entre o rio e o mar na graciosa Aracaju

Saiba onde passear, comer e se divertir na capital de Sergipe, que conquista os forasteiros no balanço das águas: em catamarãs, na navegação ao Cânion do Xingó e rumo às dunas da vizinha Mangue Seco

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Banco de areia fica parcialmente submerso durante parte do dia, o que não atrapalha em nada a vida boa de quem vai até lá Foto: Claudio Marques/Estadão

ARACAJU - Com o sol da manhã no céu transbordante de azul, o catamarã navega tranquilamente ao longo do Rio Vaza-Barris em meio à paisagem natural dos mangues. Levado pelo leve balanço das águas, pelo calor e pelo vento no rosto, o visitante vai se deixando invadir por uma sensação fluida, agradável. À medida que o passeio prossegue, primeiro na parada no banco de areia chamado Croa do Goré, e depois na visita à Ilha dos Namorados, na foz do rio, aquela sensação gostosa se cristaliza em certeza: Aracaju, a capital do pequeno Estado de Sergipe, é uma agradável e acolhedora surpresa, pronta para ser apreciada em qualquer época do ano. O Vaza-Barris, fora da área urbana, limita ao sul o município de 632 mil habitantes. O passeio de três horas pelo rio é bom começo para entrar no ritmo de uma viagem de descanso. Embalado pelo som do forró, o catamarã Croa do Goré parte do atracadouro na Orla do Pôr do Sol, em Mosqueiro, em dois horários: às 9 e às 13 horas (R$ 60 com a Top Tur, 79-3179-5050). 

Em 30 minutos de trajeto já estamos na Croa do Goré. Quando chegamos, o banco de areia estava levemente submerso, assim como as cadeiras, redes e pés das mesas, tornando ainda mais peculiar a atração. Para o turista, o melhor dos mundos: água limpa e agradável, sol do Nordeste, cerveja. Aquele pedaço de alegria ainda oferece atrativos menos preguiçosos como um passeio em stand up paddle. Mas não se acanhe se quiser apenas se banhar e relaxar. A próxima parada é chamada pela população de Ilha dos Namorados. Trata-se de um gigantesco banco de areia situado na desembocadura do rio e, diferentemente da Croa, tem uma longa extensão sempre acima da linha d’água. A vista é ainda mais reconfortante. Rio e mata de um lado, pássaros acima e, ao fundo, as ondas do mar agitado. Numa caminhada, vai-se descobrindo novos ângulos da paisagem, como a vista parcial da Praia do Mosqueiro. Quem, a essa altura, ainda lembra de trabalho, congestionamentos, contas a pagar? Na volta, revitalizados pelo encontro com as águas, é hora de aproveitar as atrações da orla perto do atracadouro, entre as quais o passeio de stand up paddle ao pôr do sol é uma das preferidas de moradores e turistas. Estar sobre as águas enquanto as luzes do fim de tarde vão tingindo de laranja o céu e o rio, e a mata vai se escondendo no lusco-fusco é como fazer parte da pintura de um artista impressionista.

Na volta do passeio à Croa do Goré, fique ali mesmo pelaOrla do Pôr do Solpara assistir ao cair da tarde e, quem sabe, remar um stand up paddle Foto: Claudio Marques/Estadão

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Um dos mais belos cartões-postais de Aracaju, a Orla do Pôr do Sol tem um calçadão de cerca de 600 metros de extensão à beira do Vaza-Barris. Aos sábados, recebe uma feira de artesanato e de comidas típicas, grupos musicais da região e o show de Valtinho do Acordeão tocando Luiz Gonzaga e até o Bolero de Ravel dentro de um bote ancorado perto da margem.  A praia de Atalaia, no Oeano Atlântico revoltoso, é o principal ponto turístico da área urbana, onde está o maior número de hotéis. A cidade tem outras atrações como o interativo Museu da Gente Sergipana, o complexo de mercados municipais, boa oferta de restaurantes e bares, em que peixes e caranguejo fazem a alegria do visitante. Aracaju funciona ainda como hub para bate-voltas: ao Cânion do Xingó, à cidade histórica de São Cristóvão, primeira capital do Estado, e, em direção ao sul pelo litoral, mas já na Bahia, o mítico povoado de Mangue Seco, cenário para a novela e o filme Tieta, baseados no livro de Jorge Amado.

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PONTOS DE PARADA 1. Panorâmicas: O passeio de catamarã no Rio Sergipe parte do píer junto à Avenida Ivo do Prado e segue rio acima, passando ao largo do centro velho e da estátua do lendário Zé do Peixe que, dizem, era capaz de atravessar o rio nadando. Na volta, veem-se o bairro nobre 13 de Julho e trechos de vegetação nativa em direção à Barra dos Coqueiros: outras belas panorâmicas de Aracaju.2. Mercados: A Praça dos Mercados reúne três desses estabelecimentos: o Antônio Franco, de 1926; o Thales Ferraz, de 1949; e o Albano Franco, de 2000, data em que os dois mais velhos também foram reformados. No Antônio Franco, o restaurante Caçarola serve o famoso prato camarão de cueca, uma moqueca, por R$ 70. A sobremesa moça virgem, mocinha virgem é sorvete de tapioca com banana flambada na cachaça. 

No restauranteCaçarola, dentro do Mercado Antonio Franco, prove o prato batizado de camarão de cueca, que é uma deliciosa moqueca Foto: Claudio Marques/Estadão

3. Gente sergipana: Na orla do Rio Sergipe, o Museu da Gente Sergipana, fundado em 2011 no prédio do antigo Colégio Ateneu Pedro II, é interativo e usa recursos multimídia para mostrar o folclore, artes, história, símbolos, culinária, festas e costumes do Estado. Também recebe mostras temporárias. Gratuito; há opções de visitas guiadas. SAIBA MAISAéreo: SP–Aracaju–SP desde R$ 528 na Latam; R$ 545 na Gol; e R$ 568 na Avianca.Onde ficar: o hotel Real Classic, em Atalaia, tem diária desde R$ 195. Perto, o Del Canto Hotel custa desde R$ 177.*Viagem a convite da Secretaria de Turismo de Aracaju

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