Aruba: destino de praia o ano inteiro

Os lugares-comuns estão ali: espreguiçadeiras à beira-mar, drinques, água cristalina. Mas Aruba esconde um lado inóspito e agreste, na medida para quem quer mais do que curtir a preguiça

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Por Rodrigo Burgarelli /ORANJESTAD
Atualização:
De formato incomum, a solitária árvore fofoti, símbolo local, oferece uma cobiçada(e concorrida) sombra na praia de Eagle Beach Foto: Rodrigo Burgarelli/Estadão

Se a sua imagem tradicional do Caribe é de praias paradisíacas em meio a uma vegetação tropical exuberante, uma pequena ilha a 30 quilômetros da América do Sul parece existir só para quebrar esse estereótipo. Nada de florestas verdes, coqueiros à beira-mar e mata cerrada cortada por rios. Em Aruba, as paisagens são desenhadas por cactos, árvores de tronco retorcido, arbustos secos e desérticos e iguanas. Tudo isso bem ao lado do mar azul-piscina que faz com que suas praias estejam entre as mais lindas (e exóticas) do Caribe.

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Os locais costumam dizer que em Aruba não chove. Pode até ser exagero, mas a precipitação média anual é a mesma das bordas do Deserto do Saara – ou seja, menor até que a do semiárido do Nordeste brasileiro. O que poderia ser um desastre climático para a maior parte dos povos, para os arubanos é uma bênção. Significa que a temporada de turismo dura o ano inteiro, já que não existe uma época chuvosa.

Por causa dessa combinação de praias sempre acessíveis com natureza exótica e excelente infraestrutura, visitar Aruba é uma experiência diferente de tudo em um região cheia de lugares-comuns. É também uma jornada, digamos, coletiva, já que suas ruas ficam fervilhando de turistas o ano inteiro.

Sua população, de pouco mais de 100 mil habitantes, se mistura a uma multidão quase 15 vezes maior que visita a ilha anualmente. Parte cada vez mais relevante desse bolo de visitantes é formada por brasileiros, embalados por preços convidativos e voos que dispensam o visto americano. Fora da alta temporada (de dezembro a abril), é possível encontrar passagens de ida e volta por menos de R$ 700 desde São Paulo em companhias como Gol (com escala na Venezuela) e Copa (com escala no Panamá).

Estenda a canga. Atrações não faltam em Aruba, que tem os mesmo 193 quilômetros quadrados da Ilha Grande (RJ). As principais são as praias, claro – as mais famosas estão do lado sul, voltadas para o continente, por serem rasas, calmas e coloridas pelo azul-marinho caribenho.

Um dos maiores cartões-postais da ilha está em Eagle Beach: uma solitária árvore fofoti de tronco retorcido, que oferece uma pequena sombra bem em frente ao mar cristalino. Mais afastada do centro, a Baby Beach é perfeita para passar o dia sem maiores preocupações. Formada por uma pequena enseada, tem águas rasas, claras, quentinhas e sem ondas – por isso, é ideal para levar as crianças ou apenas relaxar no mar, empunhando uma cerveja ou um dos coloridos drinques servidos nos bares.

Para chegar ali, será preciso alugar carro ou encarar um dos tours oferecidos pelas empresas locais. O lado norte, por sua vez, guarda as praias menos visitadas e mais selvagens, frequentadas por praticantes de mergulho e de esportes como surfe e windsurfe (já que há ondas e vento forte). Mas, para a alegria do visitante casual, ali é que está a beleza especial do país. É desse lado que o deserto e a secura de Aruba ficam escancarados, longe das avenidas arborizadas mantidas pelo governo local nas áreas mais turísticas da ilha.

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Vidas secas. O Arikok National Park (arubanationalpark.org), que ocupa 20% da ilha, é um dos pontos de partida ideais para explorar essa atmosfera agreste. Contrate um tour com as operadoras locais (em torno de US$ 100) ou vá de carro – a maior parte das trilhas pode ser percorrida por veículos comuns. Mas volte antes do pôr do sol, já que não há qualquer tipo de iluminação nas trilhas do parque.

O valor da entrada, US$ 11, inclui todas as trilhas e visitas guiadas. Um dos passeios mais curtos é a Cunucu Arikok Trail. Em apenas 40 minutos, dá para sentir bem o gosto do deserto arubano e conhecer as principais espécies da flora local, como as árvores divi-divi, cactos diversos e babosa (aloe vera). Há também opções para o dia todo, caso da Rooi Tambu Trail. São cinco quilômetros de caminhada até chegar ao mar em Dos Playa, seguir pelo litoral até a piscina natural em Conchi e voltar à sede do parque, passando pelo monte Arikok, em uma das caminhadas mais elogiadas da ilha.

Uma possibilidade menos cansativa para aproveitar as vistas únicas do deserto de Atuba é dirigir um minibuggy pelas montanhas rochosas, longe das estradas principais. A sensação do vento no rosto é indescritível. Em uma tarde, dá para conhecer várias das principais praias e pontos de interesse desse lado da ilha, como as pontes naturais formadas pelos corais sobre as praias. Outra atração são as ruínas de Bushiribana, antiga estrutura construída na época da curta febre do ouro do país, no século 19. O Philip’s Animal Garden (facebook.com/pagaruba), além de manter uma espécie de minizoológico, aluga por US$ 50 diários o minibuggy para duas pessoas.

Os mais dispostos podem ainda encarar a subida da Hooiberg, a segunda maior montanha da ilha, de apenas 165 metros de altura. Para chegar ao topo são cerca de 600 degraus – não tenha pressa. Cada parada para descanso é motivo para admirar a bela vista. Lá do alto, o deserto e o mar azul de Aruba se fundem, numa visão poética de perder o fôlego. Como os degraus.

COMO IR

Aéreo: de São Paulo a Aruba, há voos de ida e volta pela Copa Airlines (desde R$ 1.729) e pela Gol (R$ 1.924). Aproveite para ir às vizinhas Curaçau (a 17 minutos de avião) e Bonaire (a 1 hora) – ida e volta a partir de US$ 180 com a InselAir Moeda:   o florim arubano vale R$ 1,73, mas dólares são aceitos em toda parte  Site: aruba.com

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