Banho aquecido pelos vulcões

Fontes termais surgem no meio das densas matas: bastam alguns minutos lá para acabar com o stress

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Por JOHN O'MAHONY
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Bem na ponta de Hokkaido, no coração de um área florestal luxuriante conhecida como Península Shiretoko (o nome significa Água dos Deuses, na língua ainu), existe uma verdadeira maravilha natural. A impressionante cascata termal de Kamuiwakka-no-taki borbulha para fora de um terreno vulcânico, localizado no alto da Montanha Io-zan, e passeia por uma rede de poços de pedra, enchendo os bosques ao redor de vapor e de neblina - e deixando um leve cheiro de enxofre no ar. Ainda aquecidas pelo calor do vulcão, as águas despencam de um penhasco e correm na direção da praia até se extinguir, com um chiado, no gélido Mar de Okhotsk. E são levadas embora, como se aquele milagre nunca houvesse ocorrido. Mas o aspecto mais glorioso de Kamuiwakka-no-taki e das fontes termais que jorram por toda Hokkaido talvez seja a oportunidade ímpar que elas proporcionam aos visitantes: ficar imerso em água aquecida por lava de vulcão, completamente relaxado. Seguimos pela densa floresta até encontrar os sumidouros borbulhantes, conhecidos como rotenburos, quase ocultos pelo vapor. Não estávamos sozinhos. Algumas pessoas já se banhavam naquelas águas, como se prestassem uma homenagem silenciosa à natureza. Os japoneses descrevem o estado de nirvana propiciado pelo banho como yude-dako - ou polvo fervido. Mas os russos foram mais felizes ao dizer, poeticamente, que tomar um banho desses é quase como voltar ao útero materno.

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