Calmaria à moda da festeira New Orleans

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Por CAMPBELL ROBERTSON e NEW ORLEANS
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Aqui, o fim de semana começa ao meio-dia de sexta-feira, quando muitos descem, elegantemente vestidos e com coquetéis nas mãos, até o restaurante Galatoire, no bairro francês. Ou até mesmo na quinta-feira à noite, quando Kermit Ruffins arrebenta com seu trompete no Vaughan's Lounge, em Bywater. Isso tudo agora, na calmaria pós-carnaval. Nos dias que antecederam o Mardi Gras, as ruas encheram-se de carros alegóricos e as salas das casas exibiam penas e enfeites típicos. É assim que se faz em New Orleans, uma cidade festeira, que este ano hospeda o torneio Final Four de basquete, o Super Bowl em 2013 e, entre um e outro, tem diversão para todos os gostos.New Orleans é conhecida por seus cemitérios, grande parte deles construída acima do solo, já que o lençol freático espreita poucos metros abaixo. A variedade vai desde túmulos estranhamente belos de nobres creoles até um pequeno lote que fica em uma antiga fazenda fora da cidade, onde diz-se que está enterrado um dos cavalos de Adolf Hitler. O melhor lugar para começar um roteiro fúnebre é o cemitério St. Louis n.º 1, o mais antigo e pertinho do bairro francês. Explore por conta própria ou faça o tour (saveourcemeteries.org; US$ 12) que leva aos túmulos de prefeitos, jogadores, músicos de jazz e heróis de guerra. Destaque para Paul Morphy, um dos maiores jogadores de xadrez do século 19; Marie Laveau, famosa praticante de vudu; e o dito túmulo piramidal financiado por Nicolas Cage, presumivelmente para seu uso futuro.Para um passeio mais cênico e sem pressa, tome o bonde que leva até o fim da St. Charles Avenue. Há boa comida por ali. A clássica cozinha do sul da Louisiana está no Brigsten's (brigstens.com), instalado em uma casa vitoriana. Para algo mais informal, atravesse a rua até o Dante's Kitchen (danteskitchen.com). Saiba, porém, que não há nada que substitua um verdadeiro New Orleans po'boy, o sanduíche típico da cidade. De rosbife com molho gravy (de caldo de carne ou legumes) ou de camarão, a pedida é sempre certa no Liuzza's by the Track. O recheio é tão caprichado que o prato beira um guisado (US$ 14,95). Noite adentro. Em um local onde pipocam bares descolados, comece por um clássico. O The French 75 Bar (arnaudsrestaurant.com/french-75) é uma capelinha ao lado do Arnaud's, um dos antigos restaurantes do bairro francês. O bar tem um ar esfumaçado, o que faz parte do seu charme colonial. Peça um Sazerac (US$ 6,95) ou deixe que Chris Hannah, um dos melhores bartenders da cidade, invente algo para você na hora. Depois, basta decidir a próxima parada. Se o desejo for de balada até a madrugada, prefira o Snake and Jake's Christmas Club (snakeandjakes.com). Comece uma conversa descompromissada com quem estiver ao lado e veja para onde a noite segue. Outra opção é a Frenchmen Street, que é como um dial de rádio: em cada bar, um som diferente. Uma banda de swing agita o Spotted Cat (spottedcatmusicclub.com); no palco do Three Muses (thethreemuses.com), um trio de jazz; e na taverna japonesa Yuki Izakaya, o talentoso músico francês cego Norbert Slama toca música de qualidade enquanto saboreia um saquê.

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