Cenas de fofura explícita em meio à água cristalina

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Por GEORGETOWN
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É o passeio mais alardeado, esperado e fotografado das Ilhas Cayman. Para não perder, não pode se atrasar: o barco sai pontualmente às 13h45, repleto de famílias, muitas ali pela segunda, terceira vez. O caminho leva 30 minutos, o sol é de rachar e, se você tirar um cochilo aproveitando o balanço das ondas, vai acordar com todo mundo já paramentado com snorkel e nadadeira, alguns com roupa de neoprene. O barco para. Um pouco antes de todo mundo descer, um dos guias do passeio aparece com uma arraia de borracha na mão, fazendo demonstrações: "Pode tocar, pode passar a mão. Só não enfiem o dedo, que ela não vai ficar muito feliz. Também não pode pisar". Ok, entendido. Mas calma aí: o que são essas manchas escuras enormes se mexendo no meio da água cristalina? O que é esse povo todo gritando, alguns de euforia, outros de medinho (que passa em um minuto)? É Stingray City, a Cidade das Arraias. A cena é surreal: estamos no Caribe, a água é transparente, bate na cintura e tem uns bichos passando entre pessoas um pouco histéricas. Não dá para entender muito o bom da coisa até que você mesmo desça do barco, se equilibrando com as nadadeiras, e... Ops: será que pisei numa arraia? Ela vai me morder? É normal ficar um tempo prostrado no meio da água, sendo basicamente atropelado por arraias com um pouco mais de pressa do que você. Mas uma hora você estica a mão e vai: a arraia é meio aveludada, as nadadeiras são molinhas e o corpo é rígido, liso. Não demora para você ficar viciado na sensação de tocá-las e virar a Felícia, aquela personagem de desenho animado que adora agarrar/sufocar bichinhos fofos. Beijar uma arraia, dizem, dá sete anos de sorte. Verdade ou não, ninguém deixa passar a oportunidade, e não dá para ir embora antes de protagonizar o afetuoso momento. O bicho é pesado, então vá com calma se você mesmo quiser pegá-lo nos braços e, digamos, tomar a iniciativa do beijo. Em geral, alguém segura a arraia e você beija. É rápido e divertido. Bom mesmo, antes ou depois da encenação obrigatória, é colocar a máscara do snorkel e brincar de ser arraia: nadar com elas, tentar ultrapassá-las, observar como as maiores sempre nadam por cima das pequenas e tentar passar no meio das duas, vê-las interagindo naturalmente com as pessoas ao redor. Visitada a Cidade das Arraias, as operadoras geralmente fazem uma segunda parada antes de chegar a Georgetown para mais uma experiência de snorkeling, o que prolonga o passeio para 3h30 (redsailcayman.com, US$ 85). Se quiser uma alternativa mais proveitosa, tente combinar Stingray City com uma visita aos golfinhos da Dolphin Cove (dolphincove.ky, U$ 160 pelo pacote com os dois passeios). Não é somente um show de golfinhos, mas uma interação com os animais em tanque construído no mar. Eles cantam, dançam, dão pirueta, pegam na sua mão e quase fazem voar - em um dos números, chamado de Superman, os golfinhos dão um impulso tão grande que você, de pé, sai deslizando rápido pela água, como se fosse um jet ski. Para quem gosta mais de ver bichos do que interagir com eles, Cayman tem a sua espécie de Projeto Tamar. É a Turtle Farm (turtle.ky, US$ 30), parque repleto de tanques que somam o impressionante número de 7 mil tartarugas pequenas, médias e gigantes. Acompanhado por um guia, dá até para tocar nas menores e segurá-las para uma foto. A Turtle Farm conta ainda com um viveiro que abriga várias espécies de pássaros raros, um lago e uma piscina de tubarões. Motorizados. Além dos bichinhos fofos, Cayman tem um passeio interessante, especialmente para os meninos. Não tem como não ficar boquiaberto com o Motor Museum (caymanmotormuseum.com, US$ 15) e seus mais de 60 carros-relíquia. Entre os destaques, o Batmóvel original usado na série dos anos 1960, um Bentley que pertenceu a Elton John e um carro de passeio usado pela Rainha Elizabeth, além da réplica do primeiro carro do mundo (basicamente, uma carroça motorizada). O responsável por isso tudo é o milionário norueguês Andreas Ugland, que não só é dono de todos esses carros como dirigiu e tem uma história com cada um deles. Construído um pouco acima do nível do mar, o museu não tem seguro - nenhuma empresa conseguiu avaliar o preço da coleção. / N.C.

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