Cidade em 3 versões: turística, chique, real

Roteiro inclui Plaka, o queridinho dos visitantes, e outros bairros

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Por Carla Miranda
Atualização:

A sensação de estar onde todos estão, as lojinhas de balangandãs e os restaurantes vão exercer inegável magnetismo, ainda mais se esta for a sua primeira vez em Atenas. Antes de ser tragado pelo redemoinho turístico, no entanto, vá conhecer outras regiões da cidade. Você vai ver que há vida, muita vida, fora do burburinho de Plaka, o bairro mais visitado da capital. Saindo da Ágora Antiga, você já está em Monastiráki, o centrão de Atenas. Como todo o centrão que se preze, é lá que o visitante pode apreciar a cidade real, com seu trânsito louco, cheiros, barulhos, gente indo e vindo do trabalho ou da escola. A parte dos aromas fica a cargo das várias casas de gyros, o churrasquinho grego. Se não tiver almoçado em um dos restaurantes semi-honestos da Rua Adrianou - na lateral da Ágora, com menu fixo a 15 (R$ 37,70) e vista impagável do Partenon -, prove um gyros, que vem enrolado no pão pitta com saladinha. Só não espere pagar o equivalente a 1 real, nem que venha acompanhado de um suco aguado. O lanche típico vai sair por 4 (R$ 10), fora a bebida. O mosteiro que dá nome ao bairro está - adivinhe? - em obras, cercado por tapumes. Como não dá para apreciar quase nada, procure a Platéia (praça) Avyssínias, onde funciona um antigo mercado de pulgas, bagunçado como todos. Nem precisa tirar a carteira do bolso, porque se trata de uma atração para olhar. A não ser que você tenha intenção de trazer para o Brasil um gramofone de 1.000, volumosas peças de mobiliário e quinquilharias quebráveis. Agora, sim, prepare os euros e a disposição para comprar lembrancinhas. As ruas em volta da Platéia Monastiráki mais parecem um bazar turco, só que descoberto. De olho grego nas mais variadas versões a tênis All Star falsificado, você encontra tudo. Compre sem dó. O preço compensa o custo-frete de carregar os presentes na mala por metade das Ilhas Gregas. Os hits são as pulseirinhas, os sabonetes de óleo de oliva e as réplicas dos monumentos. Procurando, custam em torno de 1,50 (R$ 3,80). Na própria praça, tome o metrô ( 0,80; R$ 2) para conhecer o chique Kolonáki, bairro onde a Grécia se parece menos com Istambul e mais com Paris. Desça na Estação Evangelismós e circule entre lojas de grife e os cafés com mesas na calçada. Tudo muito organizadinho, limpo. Boa parte das marcas internacionais está na Rua Soufka, mas há oportunidades de boas compras em todo o entorno. Nessa região estão Armani, Burberry, Dior, Rolex, só para citar algumas capazes de levá-lo à bancarrota. Mas também há filiais da inglesa Marks & Spencer, da espanhola Zara... Conclua o giro com uma visita aos Jardins Nacionais. Se não for pelas árvores e os animais, faça isso pela visão dos guardas que vigiam o Túmulo do Soldado Desconhecido. Eles usam saia plissada azul-marinho, meias-calças brancas e sapatos com pompons. Prenda o riso e, enfim, estará liberado para se perder por Plaka. E não se trata de recurso de linguagem: as placas que indicam os nomes das ruas estão em grego. Fatalmente você vai comprar mais algumas coisinhas - o preço é um pouquinho mais alto, mas tudo bem. Depois de muito andar pelas ladeiras estreitas, na companhia de todos os outros turistas que estão na cidade, virá a fome. Sem problema. A região é uma das mais providas de bares e restaurantes. Se eu fosse você, começava com uma salada grega (tomate, azeitona e queijo feta), amplamente regada com o azeite local, e seguia com lasanha de berinjela (a moussaka). Para sobremesa, iogurte com mel e frutas, que você deve provar em todas as oportunidades. Na seqüência, meio tonto de ouzo - aguardente com anis -, volte ao hotel ou ao navio. Xiii, espero que ele já não esteja apitando no cais.

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