Clássico em versão ensolarada

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Foto do author Douglas Vieira
Por Douglas Vieira
Atualização:

Assim como em Villa La Angostura, visitar Bariloche fora da temporada de inverno foi uma experiência de descoberta. Se no primeiro destino a sensação era de estar diante de um lugar fantástico e pouco conhecido dos brasileiros, o segundo encantou por sua não obviedade sob o sol. Nada de neve, nada de esqui, nada de hotéis lotados. No verão, a ocupação da cidade – que na alta temporada chega a ser de 100 mil turistas, para 140 mil habitantes – é bem menor. E as atividades, completamente diferentes.

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Mirantes. Além de ser a montanha mais conhecida dos brasileiros, Cerro Catedral é também a maior pista de esqui não só de Bariloche como da América do Sul. No inverno, não existe lugar melhor para estar. Na base da colina há mais de 7 mil leitos – um contraste interessante com Angostura, em que hotéis são proibidos aos pés de Cerro Bayo –, muitos restaurantes, e, claro, inúmeras pistas, para esportistas de todos os níveis, até os que não se enquadram em nenhum. No verão e primavera, o lugar se abre para caminhadas, rapel, escaladas e trilhas de mountain bike. Se quiser garantir a foto mais bonita, vá ao imbatível Cerro Campanario. Com diversos mirantes, cada um apontando uma direção, você tem uma visão em 360 graus de Bariloche – e comprova que é mesmo linda em qualquer estação.

Prato. Comparada a Angostura, Bariloche eleva a experiência de comer bem a um patamar fantástico. No El Patacon, frequentado por quase todas as autoridades que passam pela cidade, de Lula a Bill Clinton, você prova clássicos da culinária local, como cordeiro e truta, com sofisticação.

Mas é no Cassis que se apaixonará pela gastronomia regional. Primeiro, por causa dos pratos assinados pela chef Mariana Müller de Wolf e, em seguida, pelo atendimento de Ernesto, seu marido e parceiro no restaurante. O ambiente é dos mais lindos. Antes e depois de sentar-se à mesa, saia para dar uma volta no bosque e se embasbacar com a vista do lago.

A cavalo.A visita ao Complexo Los Baqueanos impressiona só por saber que há quem viva de maneira tão pacata, num cenário incrível, que beira a ficção. Logo na chegada, como de praxe, a mesa de quitutes já vale o passeio. O roteiro é uma cavalgada – e mesmo que você não seja o melhor amigo dos equinos, pode ficar sossegado: os animais são muito tranquilos. Ao se embrenhar no bosque, cruzar riachos e beirar montanhas, ficará fácil esquecer o medo.

Rafting. Para fechar a visita, uma sugestão é entrar na água com mais emoção. Há descidas de diferentes níveis, em botes para grupos ou caiaques individuais. Para os menos pilhados, a Extremo Sur tem opções como a flotada no Rio Limay: versão de rafting com pouca adrenalina e muita contemplação no fim da tarde.

Durante nosso passeio, quando passávamos calmamente com o bote por entre montanhas, o sol se escondia. E se foi antes que o tour acabasse, o que fez do retorno à terra uma viagem na escuridão completa. Nada a reclamar. Quem se importa com um pouco de breu depois de ver o pôr do sol em ambiente tão surreal? / D.V.

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