Clima 'fishe' a qualquer hora na capital

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Por Paulo Saldaña
Atualização:

Lisboa é fishe. É assim que a portuguesada jovem fala quando acha alguma coisa muito legal ou saborosa. O bacalhau ou a sardinha assada são fishe, os doces são fishe, as ruas e a noitada também. Dizem que a cidade não era assim tão fishe há 20 anos, mas a Lisboa que conheci é linda, com personalidade, vida e história. Tão bonita que vale entrar em um dos seus charmosos bondinhos e deixar os olhos se perderem. É um presente andar pela cidade, como na linda Praça Pedro IV (nosso Pedro I), e ver ao longe, no alto de uma das sete colinas que formam Lisboa, o imponente Castelo de São Jorge. A construção remonta à presença dos mouros, mas também foi residência de reis portugueses. Bastante danificada no terremoto de 1755, foi restaurada a partir dos anos 1930. Hoje é uma espécie de jardim, onde dá para andar pelas ameias das muralhas e tomar um café. De lá se tem uma das melhores vistas da cidade. Se bater a fome, uma boa opção é o Restô do Chapitô (Costa do Castelo, 7), um lugar moderninho com vista fascinante e peixes na brasa deliciosos. Mas há várias tascas nas proximidades que valem a descoberta. Um caminho natural depois de visitar o castelo (o melhor é subir de ônibus ou bonde e descer a pé) é passar pela Igreja da Sé e pelo Miradouro Santa Luzia. Nesse terraço se vê o Rio Tejo ao fundo e os telhados do bairro da Alfama. A Alfama era um dos bairros mais nobres de Portugal até o terremoto de 1755. Muitas famílias se mudaram e o bairro entrou em decadência. Recentemente a região, famosa pelas casas de fado tradicionais, se transformou, com novos moradores, restaurantes e comércio. Para compras, o movimento se concentra na Baixa e no Chiado. Mas é no Bairro Alto que está o melhor: os bares da noite lisboeta. De dia, tudo é bem tranquilo. Quando o sol se esconde, o perímetro de quatro a cinco vielas fica apinhado de gente do mundo todo. Alguns bares têm música ao vivo e muitos atraem o público com o repertório brasileiro. Coloque-se uma meta: visitar de três a quatro bares por noite. Não é assim tão cansativo. Ou pegue um fino (chope) e fique na calçada mesmo. Se você for esperto, faça como eu: alugue um apê no Bairro Alto e volte sempre a pé, às vezes cambaleante depois do fim de noite.

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