Como ter uma bagagem com menos de 10 quilos?

Cobrança pelo transporte de bagagem já existe na Europa e nos Estados Unidos. E, agora que a briga esquentou no Brasil, independentemente do desfecho, vale a pena aprender a viajar leve

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Por Monica Nobrega
5 min de leitura
Com cobranças por bagagem no centro do debate, formar uma mala mais organizada pode poupar muita dor de cabeça. Foto: Reprodução

A briga vai longe. Na semana passada, a Anac aprovou a resolução 400/2016, que autoriza companhias aéreas a cobrarem pelo transporte de malas no porão do avião; no dia seguinte, o Senado (que tem prerrogativa para isso) derrubou a resolução. O tema vai ser analisado pela Câmara, o que pode ocorrer só em fevereiro. 

Mas, indefinição à parte, vale lembrar que o transporte das malas é cobrado em várias empresas, especialmente as de baixo custo da Europa e dos Estados Unidos. Só por isso já vale a pena aprender a viajar leve. A consultora de imagem e estilo Vanessa Rosario, que criou o serviço Easy Travel para ajudar clientes a fazer as malas, garante que uma bagagem de mão de 10 quilos – o limite a ser transportado dentro da cabine se a resolução da Anac vencer a disputa –, é suficiente para viajar por até duas semanas. “A maioria das pessoas leva muita coisa porque não pensa antes em como vai usar as roupas”, diz. Para Vanessa, é preciso “desapegar, aceitar que não se pode ter tudo”, e aprender a combinar as peças. 

A consultora, que ensina nesta página a fazer uma mala de até 10 quilos, dá uma última dica: “Nas fotos, é a parte de cima do corpo que chama mais atenção, então capriche nos acessórios”. Confira as oito dicas essenciais.

1. Estude o destino Clima, perfil do destino, objetivo da viagem, compromissos confirmados, programas que você pretende fazer e a previsão do tempo (baixe o aplicativo The Weather Channel no celular) são as informações básicas para começar a pensar na mala. Assim você já elimina itens inúteis como sapatos de salto alto numa viagem a Paraty, onde as ruas de pedra inviabilizam o uso desse tipo de calçado. 

2. Coordene peças  O segredo para fazer uma mala econômica e, ao mesmo tempo, que não deixa o viajante na mão, é escolher itens do guarda-roupa que possibilitem várias combinações entre si. Em média, cada parte de baixo (calça, bermuda, saia) deve combinar com pelo menos três partes de cima (camiseta, camisa, blusa). E essas três partes de cima devem combinar com as outras partes de baixo que você decidir levar.

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3. Tecidos e peças selecionadas Faça opção por tecidos leves e que não amassem com facilidade, como microfibra, tricô, jérsei, malha, seda e stretch. Para viagens a lugares frios, invista em peças térmicas, que são leves e quentinhas, para usar como segunda pele. Vale o mesmo para as meias: prefira as térmicas, que resolvem a questão, e evite carregar muitos pares para sobrepor. O casaco pesado também vai no corpo. 

4. Organização Para Vanessa Rosario, o sistema de organização mais eficiente é separar os looks planejados em sacos organizadores. Use os cantos para acomodar sapatos e meias em rolinhos; as calcinhas (1 por dia e mais duas; vale também para cuecas) para apoiar o bojo dos sutiãs.

5. Sapatos Leve no máximo três pares, de modelos e tons neutros e já usados. Sapato novo vai machucar os pés e provavelmente ficará encostado. No caso dos destinos de inverno, a bota mais pesada vai nos pés, para não ocupar espaço na mala – leve ainda um par de tênis e chinelos. No verão, a trinca é formada por tênis, sapatilha ou sandália e chinelos. Se for o caso, acrescente um par mais formal para eventos de trabalho. 

6. Beleza e higiene Frascos com líquidos na bagagem de mão devem ter até 100 ml – recipiente maior apenas parcialmente preenchido também não passa pela fiscalização. Há kits de minifrascos vendidos em farmácias e lojas de cosméticos. Muitas marcas vendem miniaturas de xampu, condicionador e hidratante. Use nécessaires de plástico, mais leves, acomode tudo em saco transparente e apresente na hora de passar pelo raio-x. 

7. Foco nos acessórios Aposte em acessórios para variar os looks. Lenços, colares, e brincos dão cara nova a uma camiseta que já foi usada antes. Para os homens viajando a trabalho, gravatas são fáceis de levar, ocupam pouco espaço na mala e têm efeito similar.  Cinto vai enrolado e encaixado dentro do sapato. Quanto à bolsa, além da principal, que vai junto ao corpo no voo, leve apenas mais uma, para a noite. 

A consultora de estilo Vanessa Rosario, criadora do serviço Easy Travel de aconselhamento para fazer malas leves, fotografa seus próprios looks antes de viajar Foto: Vanessa Rosario

8. Fotografe os looks Vista todos os looks ainda em casa, teste as combinações e fotografe tudo. Dá trabalho, mas ajuda na hora de se aprontar durante a viagem e para lembrar quais eram seus planos para uma peça específica. Experimentar todas as roupas que pretende levar tem ainda outra utilidade, a de garantir que você não engordou ou emagreceu desde que comprou aquele vestido ou blusa e não vai carregar peso morto. 

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Outros pontos da nova resolução da Anac

Taxas de remarcação - A resolução da Anac tem vários outros pontos – apenas a cobrança pelo transporte das malas está sendo contestada, o resto vale. Nas passagens compradas a partir de 14 de março, taxas de remarcação e cancelamento não poderão ser maiores que o valor da própria passagem, mesmo que ela seja promocional.

Bagagem extraviada - A devolução de bagagem extraviada deverá ser feita em até 7 dias, no caso dos voos domésticos, e 21 dias, para voos internacionais. Atualmente o prazo é de 30 dias. Decorridos esses prazos, se não devolver a mala desaparecida, a empresa deverá fazer imediatamente o pagamento da indenização.

Com nova resolução, overbooking, remarcação e extravio devem mudar Foto: Carlo Allegri / Reuters

Overbooking - A indenização ao passageiro que não conseguir embarcar por overbooking passa a ser obrigatória, com pagamento imediato por transferência bancária, voucher ou dinheiro. O valor, calculado por um indexador do Banco Central, será de cerca de R$ 1.140 em voos nacionais, e R$ 2.285 para internacionais.

Compra e desistência - Sites de empresas aéreas e agências online terão de informar desde o primeiro momento da consulta o valor total a ser pago, incluindo taxas. Hoje, as buscas só informam o valor do bilhete. E o passageiro terá até 24 horas para desistir da compra, com devolução do valor integral, desde que falte ao menos 7 dias para o voo.

NO vídeo, veja mais dicas para fazer uma mala de inverno econômica

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