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Conheça atrações brasileiras com nomes repetidos

Véu de Noiva, Praia Brava e Pedra Furada batizam pontos turísticos em diferentes Estados

Por Felipe Mortara
Atualização:
Morro Dois Irmãos, na praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, é homônimo de lugar em Fernando de Noronha Foto: Felipe Mortara

Quando nos metemos a passear pelo Brasil não é raro visitarmos lugares com nomes familiares ou até idênticos. Não tem jeito, atrações homônimas estão por toda parte. Quer ver só? No Rio de Janeiro ou em Fernando de Noronha, o Morro Dois Irmãos dará as boas-vindas. Em múltiplos cantos do país, de Norte a Sul, estarão por lá a Prainha, a Praia Grande e a Praia Brava. Convenhamos, não é raro uma trilha em qualquer área de preservação pelo Brasil que não passe por ao menos uma cachoeira Véu de Noiva.

Enfim, as repetições estão por toda parte e, na real, não há nada de errado nisso. Para descontrair um pouco o Viagem resolveu listar algumas formações naturais que foram batizadas com nomes duplos ou inusitados, investigando se há algum padrão ou imaginário coletivo que acaba batizando esses lugares.

Cachoeiras

Véu de Noiva,na Chapada dos Guimarães (MT) Foto: Divulgação

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Num país onde a mais alta queda d’água tem 380 metros – caso da Cachoeira da Fumaça, na Chapada Diamantina – temos uma campeã por outros motivos. Razões essas que misturam nosso flerte com clichês óbvios, falta de criatividade e, talvez, algum excesso de religiosidade. Ah, cabe aqui contar que também são muitas as palavras para se referir a uma coisa só: cachoeira, cascata, queda, salto, tombo...

Quem nunca se banhou num véu de noiva? No figurativo, claro. Numa simples busca no Google aparecem resultados em vários Estados. Claro, para isso é preciso relevar a preposição: estão valendo “de noiva” ou “da noiva”. Entre as mais famosas, as que estão dentro de dois parques nacionais, do Itatiaia (RJ) e da Chapada dos Guimarães (MT), sendo que nesta é uma das principais atrações, com 86 metros de queda. Também há registros de Véus de Noiva na Serra do Cipó (MG), Campos do Jordão (SP), Santa Leopoldina (ES), Poços de Caldas (MG), Visconde de Mauá (RJ), entre muitos outros lugares.

Praias

Cerca de 2.100 praias se espalham pelos quase 8 mil km de costa do litoral brasileiro. Entre elas há muitas que até têm homônimas, mas se fizeram únicas por sua fama mundo afora, caso de Ipanema e Copacabana, no Rio de Janeiro, por exemplo. Por outro lado, temos uma propensão a repetir alguns nomes.

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Não raro são referências à sua formação geográfica: da barra (encontro do rio com o mar), da enseada, do pontal, etc... Também se usam adjetivos simples,

relacionados ao tamanho da faixa de areia – Prainha e Praia Grande. As referências se dão também em tupi-guarani, como os adjetivos açú (grande) e mirim (pequeno). Ainda no tupi-guarani “perequê” é a junção de duas palavras – pirá (peixe) e iké (entrar) – e esse nome batiza praias nos municípios do Guarujá, Ubatuba e Ilhabela (SP).

Usam-se até mesmo cores, mais complicadas de entender as razões, mas não deixam de ser simpáticas. É o caso das praias Branca (Bertioga, SP), e Vermelha (Ubatuba e Rio de Janeiro). Há também incontáveis praias Bravas, que surgem em qualquer canto com mar mais agitado.

Morros e pedras

Pedra Grande, no Parque Estadual da Cantareira Foto: Felipe Mortara

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No começo da matéria usamos o exemplo do Morro Dois Irmãos, que se repete em Fernando de Noronha e no Rio de Janeiro. Os critérios de aparência valem para batizar formações rochosas. Vários recebem seus nomes por seus tamanhos e formatos. Vale também cor e semelhança com objetos e até pessoas.

Se tiver um buraco no meio, já sabe: é Pedra Furada. E você vai encontrar versões em Jericoacoara (CE), Serra da Capivara (PI), Jalapão (TO) e Urubici (SC). Pedras grandes também estão aí para comprovar essa tese no Parque Estadual da Cantareira, em São Paulo, em Atibaia (SP) e até batizando um município no Rio Grande do Norte.

Aliás, usando licença poética dos morros para falar de morros de areia, no Parque Estadual Dunas de Natal a Garganta do Diabo encontra homônima em uma formação natural de outro tipo: uma das principais quedas das Cataratas do Iguaçu (PR).

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Quando os nativos ou visitantes começam a procurar formatos familiares surgem imagens de animais como a Pedra da Galinha Choca (Quixeramobim, CE), Morro do Camelo (Chapada Diamantina) e a Pedra do Sapo (Mogi das Cruzes, SP). Claro que a imaginação não tem limites e cria nomes como Pedra do Sino (Ilhabela, SP), Teresópolis e Itatiaia (RJ) e até Cabeça de Dom Pedro I, no Parque Nacional das Sete Cidades (PI).

Lagoas, grutas e poços

Lagoa Azul, em Ilha Grande (RJ) Foto: Divulgação
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Está aí um quesito em que o brasileiro é criativo #sqn. Adjetivos óbvios como “bonita”, “grande” e “pequena” estão muito presentes. E claro, temos as cores – sendo verde e azul, disparadas, as grandes favoritas. O mesmo vale para as águas dos poços e grutas que chamam tanto a atenção em pontos famosos para o ecoturismo como Bonito (MS) e Chapada Diamantina (BA).

Usando como locação uma ilha no meio do Oceano Pacífico, o filme Lagoa Azul (1980), com Brooke Shields e Cristopher Atkins, foi responsável por criar um nome padrão para atrações turísticas Brasil afora. Tanto de água doce como de água salgada. Afinal, este é o nome de um dos principais pontos turísticos de Ilha Grande (RJ), de um roteiro clássico no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (MA) e de uma cachoeira em Capitólio (MG).

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