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Contrariando as expectativas, Londres vive um boom de hotéis de luxo

Em 2021, 26 hotéis abriram na capital, domando 4.200 quartos (quase metade deles focado neste mercado) e outros 46 devem ser inaugurados este ano

Por John O'Ceallaigh
Atualização:

Em seu primeiro dia de operações depois do lockdown por causa da pandemia de covid-19 em setembro de 2020, o Rosewood de Londres recebeu apenas 20 hóspedes em seus 308 quartos e suítes elegantemente monocromáticos. Para um hotel acostumado a ter 80% de ocupação durante um ano normal, a resposta silenciosa foi sem precedentes, mas também um pouco esperada.

A recuperação do turismo em Londres tem sido difícil. Embora tenha superado Paris, Berlim, Roma e Barcelona em negócios hoteleiros em 2021, registrou apenas 36,7% de ocupação no ano passado. E 2022 ainda não trouxe o retorno completo à normalidade que o setor esperava. Mas há razões para acreditar que uma reviravolta está próxima.

Claridge's está passando por reforma para se modernizar e acrescentar itens como uma piscina, por exemplo Foto: Toby Melville/Reuters

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Todas as restrições de entrada no Reino Unido por causa da covid foram retiradas em março. E os turistas têm mais opções de hospedagem do que nunca. Em 2021, 26 hotéis abriram na capital, somando 4.200 quartos – dos quais quase metade são acomodações de quatro e cinco estrelas, segundo a agência de promoção de Londres, London & Partners. Espera-se que mais 46 propriedades sejam inauguradas na cidade este ano, com destaque para estreia de marcas que ainda não tinham desembarcado na cidade: Raffles, Peninsula e Waldorf Astoria.

Os dados mais recentes, de meados de março, da empresa de insights de hospitalidade STR mostram uma recuperação constante no primeiro trimestre deste ano, quando a ocupação hoteleira atingiu um pico de 58,8%, cerca de três quartos dos negócios pré-pandemia. Embora não divida os níveis de ocupação por tipo de acomodação, os hotéis de luxo focados em lazer estão se saindo significativamente melhor em geral do que os hotelões que dependem de viagens de negócios.

O diretor-gerente da Rosewood, Michael Bonsor, diz que as reservas de visitantes dos EUA aumentaram em volume a cada semana desde fevereiro, enquanto o afrouxamento das restrições em grande parte da Ásia ajudou o retorno de uma clientela disposta a reservar estadias prolongadas nas melhores suítes.

Os consumidores são os verdadeiros vencedores. Com a intensificação da concorrência entre os grandes hotéis, até mesmo os clássicos de Londres – Claridge's, Dorchester, Connaught e Berkeley, por exemplo – estão aumentando suas apostas na retomada do turismo. Veja o que o mercado de hotéis de luxo de Londres está preparando.

Claridge's

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Um bastião de luxo em Londres há séculos, o Claridge's está na reta final de uma reforma de seis anos para compensar suas deficiências da era moderna. Entre as coisas que os clientes reclamavam estava a falta de uma piscina e spa adequados; o hotel agora terá ambos, em um novo subsolo 30 metros abaixo da propriedade. Outras adições incluem uma padaria interna, um cinema e novas butiques, além de quartos redesenhados em tons de creme e rosa.

Além disso, haverá uma suíte de três quartos na cobertura ocupando todo o último andar recém-construído. Juntamente com todas as vantagens esperadas, os hóspedes descobrirão um jardim paisagístico privado de meio hectare com lago ornamental, uma piscina na cobertura e dois pavilhões decorativos para abrigar um piano de cauda e espaço de bem-estar.

The Dorchester

O imponente The Dorchester está passando por sua reforma mais abrangente desde 1989, que deve ser entregue em setembro. O conhecido designer de interiores de hotéis Pierre-Yves Rochon está decorando a entrada do hotel, seu lobby-lounge e uma série de quartos e suítes, enquanto o Martin Brudnizki Design Studio está responsável por renovar o bar com seu estilo maximalista.

Isso complementa as mudanças que foram implementadas ao longo de vários anos, incluindo uma atualização total dos espaços do restaurante, para agora incluir o cantonês China Tang, o três estrelas Alain Ducasse e o restaurante britânico moderno The Grill, sob a administração do chef de 29 anos Tom Booton. Entre suas adições mais populares está um “bar de pudim” onde você pode assistir confeiteiros trabalhando enquanto saboreia sua própria sobremesa.

Raffles London

O Raffles funcinoará no Old War Office (OWO), prédio no qual ficava o escritório de Churchill Foto: Mattbuck/Wikimedia Commons

A uma curta caminhada do Parlamento, este hotel de 120 quartos (e 85 residências particulares adicionais) ocupa o colossal Old War Office (OWO), que serviu de local de trabalho para nomes como Winston Churchill e o criador de James Bond, Ian Fleming. Inaugurado em 1906, o edifício está passando por uma reforma que exigiu centenas de artesãos para reparar seu piso de mosaico original feito à mão e a colossal escadaria de mármore. 

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Quando os primeiros hóspedes fizerem o check-in no Raffles eles terão à disposição 11 restaurantes e bares – incluindo três de Mauro Colagreco, o chef por trás do ex-melhor restaurante do mundo Mirazur. O Raffles London contará com um spa e centro de bem-estar de quatro andares com seu próprio bar de sucos e estúdio de ioga. As suítes ocuparão os antigos escritórios de figuras notáveis, incluindo Churchill. Abertura no final de 2022.

Peninsula

Localizado em um prédio novo, praticamente adjacente ao Hyde Park, o primeiro hotel Peninsula da Grã-Bretanha fará referência ao carro-chefe da marca em Hong Kong com um restaurante cantonês chique, uma imponente entrada drive-in (uma raridade em Londres) e um grande lobby com colunas. Os 190 quartos e suítes estão sendo projetados peloarrojado designer Peter Marino.

Ainda não se sabe se Marino também projetará as nove butiques que ocuparão a galeria comercial do Peninsula. As vistas do terraço oferecerão muito para se olhar, quer ele coloque ou não seu toque lá. Abertura no início de 2023.

Waldorf Astoria

Salvo o Palácio de Buckingham, não haverá melhor lugar para ficar em Londres durante eventos reais do que em um dos 100 quartos do Arch Waldorf Astoria. A sucessão de três imensos arcos que dão nome a este grande marco expande-se ao longo do Mall, caminho percorrido pela família real nos desfiles até o palácio. Os pisos suportados por esses arcos serão convertidos em quartos e salas de jantar, todos com vista direta para a pompa.

Há tetos altos mesmo nos andares baixos, e um amplo terraço na cobertura que dá para a Trafalgar Square e o Parlamento. Além disso, estão sendo construídos vários novos níveis inferiores que abrigarão um salão de festas e uma academia com piscina de 20 metros. Abertura em 2024.

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Rosewood

O segundo Rosewood de Londres em breve ocupará o local da antiga embaixada dos EUA em Grosvenor Gardens. Mantendo a casca do edifício original, o projeto do arquiteto Sir David Chipperfield evoca a atmosfera de um clube de cavalheiros britânico. Isso significa ricos painéis de nogueira, detalhes em latão suaves e flores de art déco ao lado de um spa projetado por Yabu Pushelberg, famoso por hotéis como o Four Seasons Downtown New York e o Miami Beach Edition. Abertura em 2024.

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