Cruzando os fiordes de Geiranger

O pequeno povoado, de cerca de 300 habitantes, fica isolado durante o inverno e vive essencialmente do turismo. Cruzeiros, trilhas e muita contemplação são os programas por lá

PUBLICIDADE

Por Adriana Moreira
3 min de leitura
Cruzeiro pelo fiorde de Geiranger Foto: Adriana Moreira/Estadão

Vento frio, depois chuva, seguida por sol e, de quebra, um arco-íris. O clima parecia mudar a cada dez minutos no cruzeiro pelo Geiranger, um dos mais famosos fiordes da Noruega, que integra a lista de patrimônios da humanidade da Unesco. O ponto de partida é o vilarejo de mesmo nome, onde vivem apenas 300 pessoas. No inverno, a região fica isolada pela neve – e seus moradores se mudam para outras vilas próximas. Afinal, tudo ali gira em torno do turismo

Caso do Westeras, misto de restaurante, hotel e fazenda familiar localizado na encosta do fiorde, que só funciona entre maio e setembro. Não se deixe enganar pelo ambiente simples do antigo celeiro que abriga o restaurante: os pratos preparados ali por Iris Westeras, uma das donas do estabelecimento, foram os melhores de toda viagem. Além do queijo de cabra, produzido no local, vegetais frescos, carnes e pescados são as estrelas do menu. Espere gastar cerca de R$ 150 por uma refeição completa. Vale a pena: além dos sabores inesquecíveis, a vista para o fiorde é espetacular.

Souvenirs e mais 

O que poderíamos chamar de “centrinho” fica próximo ao porto de embarque dos cruzeiros turísticos, com lojas de lembrancinhas, pequenos restaurantes e uma chocolateria que ganhou fama e premiações internacionais por causa de seus sabores únicos. A Fjordanaer Geirander Sjokolade oferece tabletes delicados, recheados com cerveja ou com o tradicional queijo norueguês, o brown cheese. O proprietário, o suíço Bengt Dahlberg, largou a profissão de fisioterapeuta para se dedicar à sua paixão pelo chocolate. 

O fiorde

Distrações à parte, o real motivo de se deslocar até Geiranger, a três horas de carro de Alesund, é mesmo o fiorde. Para os amantes das trilhas, há muitas pelas montanhas escarpadas que proporcionam uma vista panorâmica da paisagem. 

Continua após a publicidade

Se você não tem tempo (ou pernas) para isso, os cruzeiros, são suficientes para deixar qualquer um boquiaberto. As encostas verdejantes refletem nas águas calmas dos fiordes, para onde correm cachoeiras de diversos tamanhos. Um passeio de pura placidez e contemplação – a cada curva, um suspiro.

São várias saídas ao longo do dia, com passeios que duram, em média, 1h30. O percurso tem 16 quilômetros, e funciona no estilo dos ônibus turísticos hop on/hop off: você regula o idioma desejado no fone de ouvido, e uma gravação vai contando a história e apontando os destaques do tour. Custa 350 coroas (R$ 149) por pessoa. Reserve em bit.ly/naviofiorde.

Termas

Mesmo sendo verão, as temperaturas na região serão baixas, sobretudo à noite. O que não impede turistas de curtirem as piscinas térmicas externas, como as do Hotel Union, com vista para o fiorde. O spa é uma atração por si, com tratamentos variados – há duchas especiais com aromas e temperaturas diferentes, massagem para os pés, sauna e espaço de relaxamento. A partir de 450 coroas (R$ 190). Hóspedes têm direito à piscina e, dependendo da suíte, a algumas áreas exclusivas do spa. Diárias a partir de 1.230 coroas (R$ 520) por pessoa em quarto duplo, com café da manhã. O hotel fica próximo à Fossevandring, cachoeira acessível por um caminho de 327 degraus, repleto de frutas silvestres. Do alto, mais uma oportunidade de fotografar o Geiranger de outro ângulo.

Do alto

Vista panorâmica do Dalsnibba, com o fiorde de Geiranger ao fundo Foto: Adriana Moreira/Estadão

E por falar em fotografar o Geiranger do alto, subir ao Dalsnibba , mirante a 1.500 metros de altitude, é algo inesquecível. O caminho por si só é uma atração, que revela uma paisagem diferente a cada curva. Em pleno verão, a neve se acumulava em trechos menos ensolarados, avisando que um bom casaco é item fundamental para se aventurar por aqueles lados. Por isso mesmo, a estrada fica fechada no inverno.

Continua após a publicidade

No mirante, há apenas um pequeno café, com uma loja de souvenirs. Afinal, tudo o que você precisa ver está do lado de fora. Se for com carro alugado, pagará 140 coroas (R$ 59) de pedágio para entrar na área do mirante. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.