Tinha um dia sobrando em Madri e a bicicleta de um amigo à disposição. Era um domingo de outono e o tempo estava nublado, mas estável. Pouco conhecia da cidade: assim, o dia prometia. Na falta de um amigo camarada, muitas lojas como a Riber Bike alugam bikes (10 euros por 4 horas; riberbike.es).
Saí do bairro de Moncloa, no norte da capital da Espanha, e pedalei algumas quadras até o Parque del Oeste. Suspenso sobre um grande aclive, oferecia um fantástico mirante na direção do Parque Casa de Campo – se não estivesse de bike embarcaria no teleférico (3,75 euros) que leva até lá em um minutos.
Preferi ziguezaguear entre plátanos e pinheiros até o Templo de Debod, egípcio e original do século 4º a.C.. O templo foi salvo depois da construção da Represa de Assuã e enviado bloco por bloco para Madri em 1968 (que história maluca!). Desça da bike, cruze a Calle de Ferraz e dê uma espiada na Plaza de España.
De volta ao outro lado, aproveite os Jardins de Sabatini, que estarão dois lances de escada abaixo. Vale carregar a magrela e sentar ali para apreciar os belos canteiros de flores. Poucas pedaladas mais levam ao Palácio Real, onde não vivem mais monarcas e que vale a pena visitar se tiver mais tempo.
A poucos metros dali, a Catedral de Madri não é parada obrigatória: ao contrário de outras capitais europeias, não tem grande beleza. Bata o olho no resto da Muralha Árabe do século 9.º e siga até a Porta de Toledo. Aos domingos, um baita Mercado de Pulgas se espalha pelas ruas do bairro El Rastro. Cortei pela Plaza Tirso de Molina até a Estação de Atocha e subi pela ciclovia do Paseo de la Castellana, com o Museu do Prado à minha direita. Virada à esquerda na Calle Genova e voltei ao ponto de partida com a sensação de ter sentido uma Madri distinta e com vento no rosto.