De trem ou a pé, rumo à Garganta do Diabo

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Por PUERTO IGUAZÚ
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Durante 10 minutos fiquei numa discussão aparentemente infinita (e inútil?) com o irreverente engenheiro argentino Juan Benevides, de 47 anos, para tentar concluir: afinal, qual lado das cataratas é mais bonito, o do Iguaçu ou o do Iguazú? Para meu espanto, a eterna rixa boba entre Brasil e Argentina terminou em consenso: as quedas dos hermanos são mais bonitas, porém apenas quando avistadas do lado brasileiro. Com cerca de 75% das quedas em seu território, o Parque Nacional Iguazú tem mais em comum com o nosso parque do que só o mesmo nome. A visita às cataratas só fica completa após conhecer o lado de lá, principalmente a Garganta do Diabo, cânion de mais de 70 metros de altura - a parte mais impressionante das quedas. Há duas maneiras de chegar ali: caminhando por duas horas numa trilha bem demarcada desde a entrada do parque ou apanhando um simpático trenzinho na estación central. Do ponto final se vai a pé por uma passarela de 1 quilômetro sobre o Rio Iguazú, de onde se avistam enormes bagres africanos e tartarugas. Placas alertam: cobras podem atravessar seu caminho. Mas os animais mais avistados são pássaros coloridos, macacos e quatis. Não deixe vestígios de comida nos bolsos ou nas mochilas - apesar de fofinhos, os quatis são hábeis trombadinhas de quitutes. A outra grande atração é o chamado Circuito Superior, que você leva meia hora para completar. Além da magnífica panorâmica da parte sul das cataratas, coloca o visitante praticamente debruçado sobre três quedas: salto Bossetti, Dos Hermanas e Bernabé Méndez. Haja cartão de memória e bateria. Um pouco mais abaixo começa o Circuito Inferior, que proporciona ângulos menos explorados, além da sensação de realmente estar se embrenhando na mata. Para alcançar o início de ambos os circuitos, basta descer na estación Fast-Food Cataratas. Os trens saem a cada meia hora e estão incluídos no preço de 90 pesos (R$ 14) do ingresso. E que tal um roteiro noturno pelo parque? Em noites de lua cheia, os circuitos ficam abertos aos visitantes, mediante reserva. Custa 220 pesos (R$ 90) com guia e com mais 50 pesos (R$ 20) ganha-se um jantar armado nas plataformas do Circuito Superior. Experiência para entrar na categoria "inesquecível". Parrilla. Se você vai passar só algumas horas em território argentino e quer desfrutar das carnes do país vizinho, faça como eu. Único restaurante dentro do parque, o La Selva dispõe de um abundante bufê com a famosa parrilla por 120 pesos (R$ 60) . Os cortes de carne têm nomes e sabores diferentes dos nossos. Se não entender, relaxe: todos os garçons falam português. / F.M.

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