De volta ao passado, por Caminhos de Pedra

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Por BENTO GONÇALVES
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Doze quilômetros de extensão e 140 anos no tempo. Ziguezagueando entre suaves colinas, o passeio de bicicleta leva a uma volta ao passado pelos Caminhos de Pedra. A charmosa rota batizada por conta das centenárias casas feitas de pedras, originais do século 19, faz reviver o período da colonização italiana na região. Visitantes de qualquer idade podem embarcar numa pedalada suave, ao longo de uma manhã, parando em fábricas de queijos, massas caseiras, doces e moinhos de erva-mate. Essa é a proposta do Que tal de bike?, dos Hotéis Dall'Onder (roteiros de 3 horas a 8 horas de duração, a partir de R$ 100 por pessoa; dallonder.com.br), para descobrir, com bastante sabor, toda a história dos imigrantes e o legado mantido por seus descendentes. No entanto, não é a única forma de visitar a região: há mapas claros para quem prefere dirigir, com os pontos de paradas bem definidos - e o asfalto da VRS-855 está tinindo de novo. Primeira visita: Casa de Pedra. A salumeria já convida o visitante a provar sua portentosa produção de embutidos. Mais adiante, passamos pela Casa do Tomate (casadotomate.com.br), especialista na elaboração de sucos, molhos e tomates secos com o mais italiano dos ingredientes.Surpreendente, a Casa da Ovelha (casadaovelha.com.br) é quase um parque temático. Além da saborosa produção de queijos, doces e iogurtes feitos exclusivamente com o leite dos animais, há apresentações de pastoreio com cães da raça border collie. As crianças podem dar mamadeira aos cordeirinhos e participar da tosquia. Nem é preciso montar novamente na bicicleta para chegar à Casa da Tecelagem (54-3455- 6393), ao lado, cujo tear dá as boas-vindas, logo na entrada. O resultado das coloridas linhas entrelaçadas também fica exposto ali, na forma de bem trabalhados cachecóis, toalhas de mesa e jogos americanos. A parada seguinte é cinematográfica. Construída por volta de 1880, o apertado sobrado de pedra da Cantina e Casa Strapazzon serviu de locação para o filme O Quatrilho (1995) e hoje abriga enormes pipas de vinho e grapa. E rende uma bela foto, com a casa histórica cercada por videiras. Comer e beber. A pedalada estava muito boa, mas... e o vinho? O problema acabou na Vinícola Salvati & Sirena (salvatisirena.com.br). Acolhidos pelo articulado Silverio Salvati, nos acomodamos no impressionante salão octogonal de pedras da casa construída recentemente no estilo que consagrou a região. Degustamos uma série de vinhos, com destaque para o branco peverella, variedade de uva com leveza e um quê picante na ponta da língua. A última parada do roteiro é a Casa da Erva-Mate (54-3455- 6427), que traduz aos visitantes a essência do mais tradicional dos hábitos gaúchos mostrando o processo artesanal de moenda, secagem e preparo do chimarrão. Além da bebida, são elaborados licores, sorvetes e até sabonetes com o ingrediente. Se quiser levar para casa, o quilo da erva-mate custa R$ 13. Dali, voltamos de van ao início do roteiro até o emblemático Restaurante Nona Ludia. A casa foi a primeira a ser restaurada pelo Projeto Cultural Caminhos de Pedra. Não é só a aparência que está impecável, mas também a comida, capitaneada pela sequência de massas e grelhados (R$ 40 por pessoa; nonaludia.com.br), com destaque para a caprichada picanha e para a polenta, italianíssima. /F.M.

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