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Dicas para fotos de viagem

Depois de ir para Washington, nosso viajante explica o que vale e o que não vale fotografar nos passeios

Por Mr. Miles e o homem mais viajado do mundo
Atualização:

miles@estadao.com.br Sempre imprevisível, nosso correspondente viajou do Chile para Washington, onde acompanhou a cerimônia de posse de Barack Obama e participou de quatro dos dez bailes que comemoraram a ocasião. Discreto, mr. Miles recusa-se a comentar quem foi que o convidou para tão seletos eventos, mas informa tristemente que, em certas rodinhas republicanas, o clima era de velado (mas óbvio) apartheid. Do Distrito de Columbia, o grande viajante manda a correspondência semanal: Mr. Miles: sou um fotógrafo iniciante e pretendo viajar pelo mundo produzindo material de boa qualidade. Que dicas o senhor pode me dar? Ricardo Morgen, por e-mail "Well, my friend: não tenho ideia do tamanho de seu noviciado na matéria, tampouco conheço o equipamento que você possui. Besides, não sou, eu mesmo, um fotógrafo de qualidades reconhecidas, embora possua alguns raros bons instantâneos entre os meus guardados. Supondo que esteja fora de cogitação enchê-lo de noções primitivas como jamais decepar qualquer membro de uma pessoa que se pretenda fotografar por inteiro, ou evitar que indivíduos notavelmente feios ou malvestidos estraguem um cenário esplendoroso, tenho alguns humildes palpites a lhe dar. Sobre locações, for instance. Não deixe nunca de, as soon as possible, visitar uma dessas lojinhas que vendem cartões-postais do lugar que você estiver visitando. Pode lhe soar quite stupid, mas tenha certeza de que os fotógrafos locais certamente já exploraram a cidade ou a atração com grande afinco. Eis por que, ao comparar os diversos postais, você terá uma noção apropriada de que cenários são de fato more appealing. Refiro-me, of course, aos planos gerais. Os detalhes, esses estarão no seu olhar e na sua sensibilidade. Só você poderá captá-los - e se eles resultarem em imagens cativantes ou não, as pessoas saberão, anyway, o tipo de fotógrafo que você é. Jamais fotografe pessoas, em qualquer civilização, como se estivesse fotografando objetos. Essa atitude as incomodará e, além de feições antipáticas na foto, você ainda pode acabar levando uma merecida bronca or something worst. Interaja com elas, quando for o caso. Ou, if possible, roube o instantâneo, trabalhando com uma teleobjetiva de modo discreto. Tente, as well, compreender o espírito do alvo de seus cliques. Há cidades solares, que merecem a alegria das cores e o espanto dos contrastes. Existem, however, urbes sorumbáticas, que ganham mais vida ao lusco-fusco, quando a luz dos holofotes dá solenidade a seus monumentos. Algumas poucas conservam a beleza de dia ou de noite, no inverno ou no verão. E se for um bom fotógrafo, você saberá distingui-las como os poetas distinguem suas musas. Porém, se mais que isso, você for um mestre na arte de capturar o mundo, nem mesmo os cenários mais tristes e combalidos deixarão de ter brilho no contato com as suas lentes. Unfortunately, my friend, há poucos com esse talento. A maioria, as you know, usa o recurso da quantidade para extrair a qualidade, em um jogo estatístico que até dá resultados medianos. Sobretudo, my God, depois do advento dessas coisas digitais que sepultaram o encanto da emulsão ganhando vida. Pois é esse encanto que eu lhe sugiro que procure, fellow. Porque é disso que é feito o mundo que você vai registrar." *Mr. Miles é o homem mais viajado do mundo. Ele já esteve em 132 países e 7 territórios ultramarinos

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