Diversão na antiga área dos piratas

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Por ANA e GASSTON
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A 20 minutos de Tower Bridge, passando St. Katherine's Dock em direção ao leste de Londres, está Wapping, uma das áreas mais fascinantes da cidade. Nos séculos 18 e 19, quando o Porto de Londres funcionava a todo vapor, Wapping era a doca mais agitada e lugar para se procurar emprego e entretenimento. Caminhar pelas ruas de paralelepípedo cercadas por armazéns de tijolo vermelho, ou tomar um drinque em um de seus antigos pubs à beira do rio são experiências diferentes e eletrizantes. Quem tiver coragem de colocar a mão (ou mais) na água fria do Tâmisa pode se aventurar e descer uma das escadas que levam ao fundo do rio. A mais famosa delas, Wapping Old Stairs, fica no fim de uma estreita passagem ao lado do pub Town of Ramsgate. Foi ali que um tal Coronel Thomas Blood foi preso depois de roubar e fugir com as joias da coroa do Rei Carlos II, em 1671. Não faltavam ladrões e contrabandistas circulando por ali; muitos foram enforcados em público e deixados no leito do rio. Entre eles, o famoso Capitão Kidd, que inspirou o livro A Ilha do Tesouro e dá nome a um dos pubs mais bonitos da área. Contratado para combater piratas no Oceano Índico, acabou virando um deles, e foi capturado em Boston. O lugar era conhecido como Execution Dock e ali perto, em 1798, foi fundada a Polícia Marítima - a primeira força policial do mundo. Uma placa marca a sede original, ao lado do moderno prédio da atual Thames River Police - cujo museu, infelizmente, estará fechado durante a Olimpíada. Não é a toa que um dos pubs mais antigos dali ficou conhecido como Devil's Tavern, ponto de encontro dos vilões de Wapping. Reconstruído no século 18, passou a ser chamado de The Prospect of Whitby. Hoje, moradores e turistas bebem vinho em almofadas à beira do rio ou almoçam no terraço com vista para Canary Wharf.Na frente do pub fica uma estação de energia hidráulica que atualmente abriga o fantástico restaurante The Wapping Project (thewappingproject.com), onde mesas dividem espaço com robustas máquinas e turbinas da velha estação. No subsolo, há uma galeria de arte com exibições temporárias de filme e fotografia e, no jardim, uma casinha de vidro vende livros de arte - retrato perfeito de como a área se transformou nos últimos anos. * É jornalista, paulistana e vive em Londres há 10 anos

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