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Dupla nacionalidade

Com jeito de conto de fadas, a receptiva Colmar é a base perfeita para desbravar vilas e paisagens da Alsácia, região no leste do país onde ainda é muito raro encontrar brasileiros

Por Verônica Dantas - O Estado de S.Paulo
Atualização:

COLMAR - Quando soube que um pequeno grupo de brasileiros estava hospedado no mesmo hotel, na alsaciana Colmar, no leste da França, a turista da vizinha Suíça não escondeu o espanto: "O Brasil é muito, muito longe." Seu comentário foi pertinente. Na cidade que parece ter saído de um conto de fadas, não é nada comum encontrar brasileiros entre os franceses, alemães, suíços, belgas e italianos acostumados a visitar o pitoresco lugar.A presença dos viajantes do Brasil, aliás, não é frequente em nenhuma cidade da Alsácia, região que foi alvo de intensa disputa entre França e Alemanha durante séculos de história e passou definitivamente ao lado francês após a derrota dos alemães na 2.ª Guerra Mundial. A forte influência germânica, no entanto, permanece intacta, sobretudo na arquitetura e na culinária.Tanto em Colmar como nas outras cidades da região, comer chucrute é tão normal quanto o nosso arroz com feijão. Os cardápios passeiam tranquilamente também pela sofisticação do foie gras de ganso, uma iguaria típica da Alsácia, e pelas carnes de javali e veado - a caça é permitida ali.Os alsacianos de toda parte se orgulham da fama que a região ostenta de ser a mais florida da França. Comemoram também que os vinhos e cervejas que produzem estejam entre os melhores do mundo. Mas não gostam nada quando a Alsácia é associada à vizinha Lorena. Geograficamente próximas, as duas regiões têm em comum o fato de terem sido disputadas pela Alemanha no passado, é verdade. Mas nada têm a ver uma com a outra atualmente, fazem questão de esclarecer os moradores.Pequena notável. Colmar é pequena se comparada à capital regional Estrasburgo, mas tem importância política respeitável, de acordo com o presidente da Associação de Turismo da Alsácia, Jean Klinkert. Com 110 mil habitantes, 60% deles instalados no centro, abriga dois dos 30 restaurantes alsacianos com estrelas no Guia Michelin, referência na gastronomia mundial. A cidade é, ainda, o melhor lugar para se hospedar e fazer bate-voltas às vilas medievais dos arredores, graças à sua boa localização, quase no centro da região. E, como tem apenas 2,2 mil leitos em hotéis, de um total de 50 mil em toda a Alsácia, costuma lotar em dias de folga. "Nos fins de semana os hotéis de Colmar ficam 100% ocupados", cita Klinkert.

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