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Encenação relembra dramático episódio das bruxas de Salem

Por SALEM
Atualização:

Você entra em um salão grande e escuro, mas não chega a se acomodar. Os bancos sem encosto permitem girar em torno de seu próprio eixo para acompanhar a trama que mistura obscurantismo religioso e uma geração de jovens já nascida na América, atormentada pelo conflito entre o desejo de mudanças e a rígida educação puritana. O caso das bruxas de Salem, considerado um dos episódios de inquisição mais dramáticos da história dos Estados Unidos (que virou filme com Winona Ryder e Daniel Day-Lewis em 1996), é narrado no Museu das Bruxas de Salem (salemwitchmuseum.com; US$ 9,50) na forma de um teatro de esquetes protagonizado por bonecos de cera. As luzes se acendem sobre cenas montadas em nichos altos, e uma voz algo cavernosa vai enumerando os lances da história. Era o século 17. Tão pobre quanto seu rebanho, o reverendo de Salem, Parris, caiu em desespero quando sua filha de 9 anos começou a ter reações estranhas como grunhir, latir, rolar pelo chão e salivar. Amiguinhas da menina passaram a apresentar a mesma reação, e Salem concluiu que as crianças eram vítimas de bruxaria. À primeira acusada, a escrava Tituba, seguiram outras - praticamente todos os habitantes da vila empobrecida foram suspeitos em algum momento. O saldo da histeria foram 150 presos e 20 condenados à morte. A história termina nas especulações sobre o que teria acontecido às crianças, de suspeitas de envolvimento com magia negra a uma brincadeira de mau gosto bem orquestrada. E a visita segue por uma revisão de bruxas e bruxarias pelo mundo, até terminar em um painel crítico sobre os "demônios" de cada época histórica: Japão com Pearl Harbor, comunismo, aids.... Para terminar, lojinha. Monte ali sua próxima fantasia de Halloween. / M.N.

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