Entre os Lençóis Maranhenses: o que fazer, onde comer e dormir

Prepare as pernas: a caminhada pelas dunas, para chegar às lagoas, é cheia de altos e baixos. A recompensa? O mergulho em águas na temperatura ideal

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Por Bruna Toni
Atualização:
A entrada leste ao Parque Nacional dos Lençóis, no Maranhão, é pela vila de Atins Foto: Edivaldo Ugarte


BARREIRINHAS - A temperatura da água daquelas lagoas, localizadas em meio a toneladas de grãos de areia, num harmonioso conjunto batizado de Lençóis Maranhenses, era sempre a ideal, mesmo em meados de março – época em que, por ali, o calor continua intenso, mas as chuvas surgem sem avisar hora e lugar.



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E elas, as chuvas, precipitaram como o prometido – nem tanto para nossa sorte, mas para a felicidade de quem pensa em visitar o destino turístico mais famoso do Maranhão em breve. Afinal, de junho a setembro, os sinuosos caminhos d’água que entrecortam ou contornam o deserto maranhense ficam cheios e vistosos como nos anúncios das agências de viagem. É época de preços mais altos, pousadas disputadas e pouca chance de chuva.



A baixa temporada, porém, não diminui as belezas do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses – é preciso apenas ter flexibilidade para trocar as atividades caso necessário, em razão das chuvas. Entre as vantagens, está a de poder desfrutar com certa exclusividade parte de seus 155 mil hectares de área – 80% deles formados por dunas. Nos nossos sobes e desces pelas areias ora fofas, ora firmes, foram pouquíssimos os encontros com outros grupos de turistas, o que é ótimo num lugar onde o silêncio cai muito bem.



Fato é que, mesmo em menor quantidade e com níveis mais baixos, os oásis de tons esverdeados, azuis ou amarronzados cristalinos estão lá, cavando seus espaços em meio a uma paisagem predominantemente bege. Além disso, algumas lagoas nunca chegam a secar, caso da Espigão e do Peixe.



Rio Preguiças, tão importante quanto as dunas e as lagoas nos Lençóis Foto: Edivaldo Ugarte


Circuitos.

Para explorá-las, há cinco circuitos possíveis no parque: um partindo da comunidade de Atins, três da cidade de Barreirinhas (principal base para quem vai aos Lençóis), e o último saindo de Santo Amaro do Maranhão. Em quase todos, a passagem de carros tracionados é limitada até as chamadas zonas primitivas, abertas apenas à caminhada. A partir daí, trilhas envolvendo subidas e descidas são esperadas e, dependendo da disposição ou condição física, a locomoção pode ser um entrave. De qualquer forma, fique com a dica do nosso guia, o monitor ambiental J. Júnior, na hora de se aventurar ladeira abaixo: “Jogue o corpo para trás e crave o calcanhar na areia”.

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Em Barreirinhas, o circuito mais visitado é o da Lagoa Azul, que abriga, entre outras, a inesgotável Lagoa do Peixe. No circuito da Lagoa Bonita, está uma das dunas mais altas, com 60 metros (o equivalente a um prédio de 20 andares) e também a Lagoa do Clone. O nome veio por causa da novela global na qual Jade, personagem de Giovanna Antonelli, caminhava por ali linda e reluzente, como se o Maranhão fosse o Oriente Médio – cena que nosso grupo de nove mulheres não resistiu em repetir.



Já o circuito da Lagoa da Esperança passa pela divisa entre Barreirinhas e Santo Amaro e conta com uma particularidade: suas águas são provenientes do Rio Negro, que margeia as dunas fixas e móveis da região e, portanto, nunca finda. Foi nela que sentimos, pela primeira vez, as águas mornas dos Lençóis ao cair de uma nublada quinta-feira.



Rusticidade.

A 100 quilômetros de Barreirinhas, a pequena Santo Amaro do Maranhão está colada no Parque Nacional e é opção aos turistas que desejam ficar mais perto de seus atrativos, apesar de ter menos infraestrutura turística que Barreirinhas. Ali, a lagoa “do momento”, como diz J. Júnior, é a das Andorinhas, que ganhou o posto até então ocupado pela das Gaivotas. “Ela (a das Gaivotas) já não tem mais o tamanho que tinha há cinco anos”, explica o monitor. “Nos próximos anos será outra, e assim vai.”



Por ali, a natureza altera tamanhos, contornos e cores dos elementos de seu cenário de forma constante. E sem pedir licença a seus visitantes.



SAIBA MAIS


Aéreo:

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o trecho SP – São Luís – SP para junho custa desde R$ 560 na

Gol

e a partir de R$ 610 na

Latam

.



Terrestre:

a Brtur (brtur@terra.com.br) oferece transfers diários do aeroporto de São Luís até Barreirinhas por R$ 60 por pessoa. Já a

Taguatur

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, a maior agência do Maranhão, tem pacotes completos de uma a seis noites nos Lençóis, a partir de R$ 410 por pessoa. Para trekking, comum na região dos Lençóis, a

Rotativa Eco

vende pacote de 4 noites que incluem, em um dos dias, travessia de 5h no circuito Lagoa Azul. Já o grupo

Encantes

leva de Atins a Santo Amaro numa caminhada de 3 dias, com pernoites na casa de locais.​



Vacina:

tome a vacina contra a febre amarela no mínimo dez dias antes da viagem: ao menos dois dos destinos (Barreirinhas e Araióses) estão na lista de cidades com risco de contaminação do Ministério do Turismo. Mais informações em

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bit.ly/vacinafamarela

.



Dicas:

no inverno, faz calor, mas leve uma capa de chuva na mala. E, em todas as épocas, não esqueça o filtro solar e o repelente. Algumas comunidades podem não ter máquinas de cartão, por isso ande com dinheiro em espécie.



Site:

bit.ly/lencoisicmbio

.



*A repórter viajou a convite do trade turístico do Maranhão.

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