Quem chega em Paraty pela primeira vez não quer sair do centro histórico. Também, pudera: casario colonial, ruas de pedra e delicadas igrejas cercadas pela Serra da Bocaina são mesmo cativantes. Em tempos de redes sociais, cada esquina é um clique, com muitos compartilhamentos e curtidas garantidas.
Ainda que seja difícil enjoar, algumas dicas de escapadas pela Rodovia Rio-Santos satisfazem tanto os novatos quanto os habitués da cidade. Como a agenda de eventos em Paraty é intensa – a de 2015 está disponível em oesta.do/calendaparaty –, estas sugestões podem ser úteis em qualquer época do ano. Seja para quem for bater ponto na 13.ª edição da Flip, a disputada Festa Literária Internacional de Paraty (este ano, de 1 a 5 de julho; flip.org.br) ou para o Bourbon Festival, que traz música boa do Brasil e do mundo para a Praça da Matriz, entre 29 e 31 de maio.
Selecionamos aqui duas fugidinhas próximas (menos óbvias que Trindade): uma ao norte e outra ao sul. Separe um dia para cada e boa viagem!
NORTE
Praia, campo e sofisticação num único dia? Parece estranho, mas é apenas uma questão de sair cedo e se organizar. Estar motorizado é essencial para aproveitar ao máximo e conhecer cantinhos que não costumam estar nos tours oferecidos pelas agências. Se não tiver veículo próprio, alugue um na Paraty Rent a Car (R$ 25 + R$ 0,49 por quilômetro rodado; paratyrentacar.com.br). Antes de partir, uma passadinha em algum mercado ou padaria: prepare um farnel básico para um dia na praia. Ao chegar no trevo de Paraty, vire à direita, rumo ao Rio de Janeiro, e siga pela Rio-Santos sentido norte por 31,5 quilômetros. A vegetação pode ofuscar a escassa sinalização – fique atento. A placa para a Praia de São Gonçalo surge de repente, no km 545. Um pequeno bolsão às margens da estrada faz as vezes de estacionamento. Caminhe por 15 minutos em uma linda e bem sinalizada trilha – vá de chinelo mesmo. A linda faixa de areia é a mais longa ao norte de Paraty, com pouco mais de 2,5 quilômetros de extensão. As águas calmas e rasas são um convite à brincadeira com crianças ou às braçadas mais atiradas. No extremo norte da praia, deságua o Rio São Gonçalo, onde há dois bares, caso você não queira farofar sentado na canga. Deste ponto também partem barcos rumo à Ilha dos Pelados – logo em frente –, onde, além de ótimas praias, há restaurantes que servem bons pratos de peixe. Nosso conselho? Segure a fome, vai valer a pena. Quando for tomar o rumo de volta a Paraty, preste atenção em uma interminável reta da Rio-Santos. Há uma discreta placa de quilometragem: você vai entrar à direita, na altura do km 558, em direção a Graúna. A paisagem se transforma: de litoral vira roça. Bois e cavalos pastam em extensos e bucólicos campos. Toque francês. Na entrada de Graúna, um pequeno distrito de Paraty, as primeiras sinalizações começam a aparecer: Le Gîte d’Indaiatiba (legitedindaiatiba.com.br). Escondido em meio à Mata Atlântica, o espaço caprichado é o sonho do francês Olivier e da brasileira Valerie, que transformaram seu refúgio pessoal em uma charmosa e exclusiva pousada, com cinco acomodações, entre lofts, suítes e bangalô (diárias desde R$ 250, para dois). Pela propriedade, uma trilha leva a uma cachoeira e a uma raia de natação de 25 metros com água da nascente, para deixar qualquer um boquiaberto.
Mas não é preciso pernoitar para desfrutar das criações do casal. O restaurante, cujos pratos mesclam um toque francês com ingredientes da região, funciona em uma das salas da casa principal. De entrada, ceviche de peixe com frutas (R$ 85) ou raviólis de taioba (R$ 80). Como principal, o peixe à manga rosa (R$ 160) ou o delicado peixe au coeur de palmier (R$ 160; ambos para duas pessoas) são a síntese dessa mistura de ingredientes frescos e sofisticação.