Esquina das águas

Rio Lima e Atlântico garantem vistas espetaculares em Viana do Castelo

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Por Rosangela Dolis
Atualização:

Apesar do nome, não há em Viana do Castelo, na porção litorânea do Minho, uma construção desse gênero. O máximo que o turista vai ver é uma antiga fortaleza, que inspirou Maria II, filha do imperador brasileiro d. Pedro I, a batizar a cidade. Graças à localização - na foz do Rio Lima e à beira do Atlântico -, Viana do Castelo tem paisagens espetaculares, especialmente a partir do mirante da Basílica de Santa Luzia, na montanha homônima, a quatro quilômetros do centro. Dali é possível ver a fortaleza e as praias de rio e de mar que fazem a fama da cidade como balneário. O Rio Lima, aliás, tem uma lenda interessante: conta-se que um comandante encontrou resistência entre seus soldados, que não queriam cruzá-lo, pois achavam que perderiam a memória. Para convencê-los, o líder atravessou o rio e, da outra margem, chamou os subalternos pelo nome, para provar que sua mente estava intacta. A basílica é um dos monumentos mais visitados da cidade. Trata-se de uma construção recente, projetada no fim do século 19, aberta ao culto em 1926 e finalizada em 1943. O acesso é por uma estrada sinuosa ou por uma escadaria. O centro antigo começa na Praça da República, rodeada de edifícios do século 16. Um destaque ali é a Igreja da Misericórdia, do século 18, com belíssimo conjunto de azulejos. Na mesma praça está um chafariz de 1554, onde a população se abastecia de água. Muito perto fica a Sé, construída nos séculos 14 e 15 nos estilos românico e gótico. A economia em alta até o século 18 trouxe riqueza para Viana do Castelo. Há nas ruas do centro muitas mansões em estilo manuelino e renascentista, testemunhas desse período de pujança. No século 19, foi construída a ponte metálica sobre o Rio Lima, projetada por Gustave Eiffel, o mesmo que fez o principal cartão-postal de Paris. HISTÓRIA A ainda Viana da Foz do Lima era um pequeno povoado quando foi elevada a vila, em 1258, por d. Afonso III. A idéia do rei era formar ali um vilarejo com expressão mercantil marítima. A história da fortaleza, porém, só começa no século 15, quando d. Manuel I mandou construir a Torre da Roqueta, na foz do rio. Por causa da importância que a vila assumiu na Época dos Descobrimentos, a estrutura teve de ser ampliada por d. Sebastião (séc. 16): de lá saíam as embarcações para as Índias e o Brasil. E foi novamente aumentada durante a dominação espanhola (1580 a 1640). Em 1846, Maria II enfrentou uma forte revolta popular, que começou no norte de Portugal e contaminou o país. A fortaleza, porém, permaneceu fiel à rainha. Ao sair vitoriosa, em 1847, ela elevou a vila à categoria de cidade e trocou seu nome. OURIVESARIA As jóias trabalhadas com fios de ouro e prata (filigranas) são outro motivo de orgulho - e quem quiser conhecer um pouco mais sobre a técnica pode visitar o Museu da Ourivesaria Tradicional. Instalado em um anexo da Ourivesaria Freitas, o acervo reúne itens antigos, como as contas de Viana. Essas peças de ouro eram compradas uma a uma pelas jovens e depois colocadas em um fio de algodão para formar um colar. Na saída, você pode investir em uma peça de filigrana portuguesa. Brincos de prata produzidos com essa técnica custam de 12 (R$ 30) a 200 (R$ 500). Posto de Turismo: Praça da Liberdade, das 10 às 19 horas; sites: www.vivexperiencia.pt e www.cm-viana-castelo.pt Basílica de Santa Luzia: Montanha de Sta. Luzia; das 8 às 19 horas, no verão. Visita gratuita e cobrança de 0,50 (R$ 1,25) para subir à cúpula por elevador Hospital e Igreja da Misericórdia: Praça da República. Visita guiada das 10 às 16 horas Sé: Rua Sacadura Cabral; visitas diárias e gratuitas Museu da Ourivesaria: Rua Sacadura Cabral, 16; de segunda a sexta-feira, das 10 horas às 12h30 e das 14h30 às 19 horas. Aos sábados, das 10 às 13 horas. Gratuito. Site: www.museudaourivesaria.com

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