Fartura de pistas para todas as tribos

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Por VALLE NEVADO
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Foi em Valle Nevado que descobri que, nos Andes, polvo nada tem a ver com aquele molusco saboroso destinado a caldeiradas e moquecas. É o nome dado à neve em seu melhor estado para deslizar, macia, em flocos. Ou seja: perfeita. Destino dos mais respeitados por esquiadores, Valle Nevado inaugura nesta temporada uma atração que agrada também àqueles com pouca experiência em deslizar morro abaixo. Com 993 metros de extensão, La Gondola é o primeiro teleférico de cabine fechada do Chile e liga a área de serviços da Curva 17 ao restaurante Bajo Zero, que serve comida rápida a 3.200 metros de altitude. Ao contrário dos outros 14 meios de elevação, de onde só se volta esquiando, neste é possível também fazer o caminho de volta. Quem ainda engatinha no quesito esqui tem como opção outra novidade: o Learn to Ride Center. Equipamentos novinhos (vi minha prancha de snowboard saindo da caixa) e adequados à altura e peso dos inexperientes prometem tornar o processo menos dolorido. Claro que tombos são inevitáveis, mas posso afirmar que, com paciência e persistência, o medo vira diversão. A estreia geralmente se dá nas pistas para iniciantes Carrusel e Cuando, de nível verde. Uma vez compreendido o princípio de frear, permita-se enfrentar desafios como a Diablada e o Camino Bajo, com seus quase 500 metros verticais de desnível até o fim. Aqui, entendi definitivamente o prazer do snowboard. Habitués. Em Valle Nevado, ouvir um "Você vem sempre aqui?" não tem tom de flerte. Crianças e adultos me fizeram a pergunta inúmeras vezes, entre eles o empresário mineiro Manuel Lopes, de 47 anos, que frequenta a estação há quase duas décadas. "Não há nada igual na América do Sul", diz ele, que procura ir ao menos uma vez por temporada com a família. Para quem já tem experiência, como Lopes, uma dezena de pistas de nível médio e avançado se espalha pelas íngremes e belas encostas. Lançamento desta temporada, a pista El Sol sai da ponta de Cima Andes, a 3.485 metros de altitude, e rabisca a montanha até Base Prado, a 2.860 metros. Os radicais (ou aspirantes) têm à disposição um novo snowpark nesta temporada. Espécie de centro para a prática da modalidade freestyle, em que se salta sobre corrimãos e rampas, possui áreas para quem já sabe muito e para quem quer aprender. Repor as energias não deve ser problema. Além das opções de sanduíches e sopas próximas às pistas, quatro restaurantes oferecem de cozinha italiana a francesa, passando por um self-service generoso com massas e carnes na chapa. O destaque, sem dúvidas, fica por conta do La Fourchette, que propõe um gostinho dos alpes franceses em plena Cordilheira dos Andes com ótimos vinhos e culinária requintadíssima. / F.M.

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